terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

E PORQUE HOJE É CARNAVAL...




Estamos todos mascarados, uns até de si próprios se mascaram.
Feriado de Carnaval.
Os políticos mascaram-se de pessoas com família, com amigos, com gostos e interesses pessoais e resolvem descansar do Carnaval das suas vidas. Pousaram as "caras", as muitas que usam, quase uma por situação.
O povo, achou que se devia mascarar de folião, de divertido, abandonando as máscaras de vítimas, de sérios, de trabalhadores.
Todos disseram: "Vamos curtir, a vida são dois dias e o Carnaval são três".
Uns disfarçaram-se de gente responsável, aquele vai vestido de banqueiro honesto. Olha aquele outro... disfarçou-se de empresário competente e responsável, colaborando com a saúde económica do país.
Ali vai um autarca que se fantasiou de homem culto da sua terra, de pessoa de bem, que não cede ao lobby da construção civil. E mais atrás vem uma deputada, vem mascarada de pessoa que combate pelo povo, que não faz dele um meio para atingir o domínio desse mesmo povo, leva um tambor na mão para ajudar à festa e o som que retira é oco, mas insiste e vai conseguir.
Atrás muita gente a seguir o cortejo. Lá vão mascarados de culturalmente ricos, um grupo inteiro, outros de independentes e cidadãos responsáveis e atentos.
Aquele ali foi mais longe e vestiu-se de eleitor e leva um cartaz, que diz... deixa cá ver: "Abaixo a grosseria, admiramos única e exclusivamente autarcas honestos, não votamos em quem tem problemas com a justiça".
É interessante, aquela máscara representa a inteligência, a seguir vem a da justiça, à frente, talvez um pouco escondida, mas ainda vejo, vem a da cultura.
Vêm locutores de televisão com cartazes escritos em português correcto.
O que estou a ver aqui mesmo, mesmo em frente, é a máscara do Amor, uma máscara muito bela, a mais bela de todas.
A máscara da liberdade vem a par. Que beleza! Estética ímpar!
No altifalante ouve-se alguém que anuncia que é governante, o rei do Carnaval, dizendo que cada CIDADÃO NÃO É UMA CABEÇA DE REBANHO, QUE NENHUM HOMEM DEVE SER EXPLORADO POR OUTRO HOMEM, que naqueles dias em que ele for o Rei do Carnaval, ninguém se sentirá em perigo no seu emprego, na sua liberdade, não consentirá que haja preocupações materiais para que no reino, toda a gente se possa dedicar ao que existe de mais belo e de mais amplo - a liberdade de Espírito.
Não haverá qualquer perigo até o Carnaval acabar, decretou.

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