sábado, 13 de fevereiro de 2010

PORQUE ME SINTO ESTÚPIDA AO VER TELEJORNAIS






Temos que nos adaptar às realidades. Os telejornais já não informam, antes desinformam. Pegam numa "notícia" e distorcem-na. Veja-se a última entrevista ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Em princípio estava anunciada pela RTP1 com a jornalista Judite de Sousa, que ganha muito, mas não é melhor por isso. Entrevista com as mesmas técnicas aprendidas há séculos, um ex-jogador de futebol que diz ter-se convertido ao islamismo, como o Presidente do Supremo.
As entrevistas têm que fatalmente ser diferentes com pessoas tão diferentes, mas no caso em apreço, quem lhes dá o cunho de diferença são mesmo os entrevistados.
A jornalista não conhece a linguagem jurídica, se calhar não tem que a conhecer, o canal para que trabalha é que tem que seleccionar para a tarefa, alguém que a conheça para realizar entrevistas específicas. Por muito imparcial que seja ou queira ser melhor dizendo, não domina a linguagem do entrevistado e como tal nem descodificar consegue. Baseia-se no que ouve dizer, nas opiniões que pululam nos diversos canais, a que se refere constantemente, insistindo que se baseia "em especialistas conceituados", o que é isto?
Já sabemos o que os canais televisivos e empresas de comunicação consideram por "especialistas conceituados". Quando utilizam este conceito, deve ler-se "aquelas pessoas que dizem o que este canal tem como estratégia noticiar".
O Sr. Presidente do Supremo Tribunal da Justiça resolveu ceder às pressões famintas e ir "lavar a sua imagem", mesmo que dissesse constantemente que não era isso que o movia. Então o que era? Agora até o Presidente do Supremo quer ter o seu minuto de glória?
Ó deuses descei à terra!
No canal 3, assiste-se a outra jornalista, Clara de Sousa, mulher de voz agressiva, entrevistar a mesma pessoa (Presidente do Supremo, Dr. Noronha do Nascimento) e praticar sem qualquer cerimónia, um furto qualificado no canal um (roubo de entrevista anunciada).
Além do Sr. Presidente do Supremo se prestar a isso, i.é, à luta pelas audiências e suas percentagens, os telespectadores assistem, estupefactos, a estas trapalhadas de maus exemplos "informativos".
Sinto-me cada vez mais estúpida quando cedo à veleidade de julgar que vou ligar para os telejornais para ouvir as notícias e ser informada.
Silêncio precisa-se!
Ó canais televisivos calai-vos!
Tal como no canal 1, a jornalista em causa não conhece a linguagem jurídica e não está habilitada nem tem competência técnica para perceber quem estrevista, com o objectivo de a descodificar e poder informar depois.
O Presidente do Supremo fala alhos, ela pergunta bugalhos e dá como certo o que "retira" das palavras do entrevistado. Já não bastam as reportagens ao exterior que me fazem sempre lembrar um filme cómico do "repórter Borat - o segundo melhor repórter do Cazaquistão".
As televisões estão a contribuir grande e aceleradamente para a estupidez nacional.
Comigo custou, mas já me adaptei aos novos tempos. Quase não leio jornais e se estão a dar "notícias", ligo para filmes, telenovelas, desenhos animados, tudo, menos desinformação gratuita e de muito má qualidade.

Sabem porque é que as pessoas se refugiam nas telenovelas com guiões de faca e alguidar? Para esquecer, para esquecer que se tornam estúpidas e perdem inteligência diária quando se esforçam por entender a que os jornais chamam notícia.
Esta mesma mulher interessante visualmente (perdoem a opinião altamente subjectiva, mas é para perceberem que isto não é notícia, a não ser que alguma comunicação a apanhasse), Clara de Sousa, aquando da tragédia do Haiti, interrompeu uma notícia nacional, para ligar, disse ela excitadíssima, "para uma janela de oportunidade" (assim mesmo) da informação televisiva - o terramoto do Haiti.

Façam como eu, escrevam, leiam, frequentem blogues divertidos ou mais simplesmente ainda, desliguem a televisão. Queremos ou não queremos um país melhor, menos idiota, mais pensante, então desliguem a televisão.
Peço-vos e já agora muita saúdinha, mental incluída.

1 comentário:

mdsol disse...

Não se sinta estúpida. Indigne-se, isso sim! É que não se pode!

:)))