sexta-feira, 30 de abril de 2010

ORIGINALIDADES





Fiquei a saber que o Sr. Nicolau Santos, o homem do lacinho, director-adjunto do J. Expresso, economista, teve uma ideia original, apresentou 5 medidas para solucionar a crise e numa delas apontou substituir o 13º mês dos funcionários públicos por títulos de tesouro não transaccionáveis antes de 3/5 anos.
Não há dúvida que o Sr. do laço deve gostar do Opus 131, já que a 6ª sinfonia de Beethoven ou mesmo a nona não serão as suas preferidas por certo, com essas se sentiria bem e nós também.
É verdade que estes senhores economistas caseiros, porque ainda proliferam cá dentro as vozes dos de fora, dos estrangeiros, que não são melhores, têm grande capacidade de improviso.
Assumem o papel de mensageiros vocacionados para uma missão, a de baralhar, confundir e deprimir o povo português.
São os Srs. fala de tudo, conseguem falar do que não sabem, também é verdade que se falassem do que sabem, nunca mais falariam.
Ouvem-se a eles próprios e chegam a ser orgásticos neste prazer.
Estes senhores precisavam de ficar sem "as cadernetas de senhas de abastecimento", que quer dizer, ficar sem os vetustos rendimentos que auferem aqui, ali e acolá, por mandarem estas bojardas para os jornais, canais televisivos ou outros, seria giro.
Chamar-lhe-ia a esta "solução" para calar estes economistas da nossa praça (sempre os mesmos, Silvas Lopes, Joões Salgueiros, Medinas Carreiras, etecetera. e agora este senhor do laço), medida para "controlar a saúde mercantil do negócio" (entenda-se por negócio, os vários ordenados e reformas que auferem em simultâneo).
Fazem-me lembrar, de certa maneira e não sei explicar porquê, o gotejar de uma torneira sem conserto, graças à qual alguns encontram uma solução transitória.
Estes senhores não têm receio do ridículo, não têm consciência das suas limitações, Projectam-se e figuram nos epicentros da grande comunicação e empresas, bancos e outros.
Porque será que chegam a lugares altamente cobiçados aqueles que juram uma coisa e fazem outra, por serem cínicos?
Estes economistas deprimentes que apenas granjearam nome à força de se encostarem a partidos políticos, que foram ministros e secretários de estado, jornalistas como é o caso ora em apreço, andam sempre a rasgar a goela em terríveis soluções para o país, apresentam-se ao país como salvadores da Pátria, fazendo crer que 10 milhões de portugueses excluindo as suas sábias pessoas são ignorantes, burras mesmo.
Possuidores dum grande desdém pelos seus concidadãos e, em especial, pelos funcionários públicos, estes pequenos imperadores da opinião, julgam-se os novos profetas das soluções.
Continuamos a consumir quantidades perigosas, possivelmente até letais deste veneno ministrado a conta-gotas, intitulado eufemisticamente soluções para a crise em que o país mergulhou.
Demos meia volta, já que pouco mais podemos fazer e avancemos para os não ouvirmos, os não lermos com vista a um futuro novo e mais confiante, alicerçado em todos nós, povo trabalhador e sem opinião muitas das vezes ou com fraca opinião outras tantas, mas que sabe aquilo que estas sumidades ainda não alcançaram, sabe uma coisa bem simples - "SEMPRE OS MESMOS A PAGAR A CRISE, ISSO NÃO"

1 comentário:

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

Gostei! E acho que está certa a ideia que tens sobre essa tipificada casta de economistas.

Neste País, não só com os economistas, mas, também, com os arquitectos, com os juristas e politólogos, quiçá com os psicólogos e outras profissões, ocorre:
Existir uma grande turba, de muitos milhares, anónima, desvalorizada e massificada que labora nas organizações mergulhada na rotina e na obscuridade, "sem direito" a, sequer aí, projectar a sua opinião e criatividade. Aliás, uma turba que maioritariamente não acederá a realizar desempenhos inerentes à sua formação profissional, mas, tão só, a introduzir registos em bases de dados ou a centrar-se nas "artes" do atendimento ao público.
Paralelamente, coexiste um número muitísssimo restrito de profissionais cuja voz, imagens e ideias são bombardeadas até à náusea pelo espaço televisivo, radiofónico e da imprensa.
Parece-me demasiado fácil constatar que, geralmente, ideias e projectos divergem muito pouco entre estes personagens Co- -falantes;
Também, concedendo alguma atenção, se constata que estes "cozinhadores" de opinião, não raras vezes, se contradizem rotundamente face a apreciações e previsões anteriormente emitidas. Porém. esse facto dificilmente suscita qualquer reparo ou interpelação pública dos confrades Co-falantes. O sincronismo na mudança ou na readaptação dos argumentos também os caracteriza;
A profusão de programas em que estes personagens saltaricam, a profusão de remunerações que auferem, a profusão de oportunidades e ligações políticas, mediáticas e de negócio, a profusão de cargos de assessoria ou direcção passados, presentes ou futuros, costuma ser um denominador comum.
Agora, alguém me explique qual a diferença entre um Regime TOTALITÁRIO e um Regime DEMOCRÁTICO. A sério que ainda estou a tempo de aprender.

Beijinhos

Celeste