sexta-feira, 16 de abril de 2010

VAMOS ARRENDAR O PAÍS POR 40 ANOS?





Lembrei-me de contribuir com ideias para o governo governar.
Esta questão veio-me à lembrança quando ouvi o Ministro das Obras Públicas admitir vir a alienar a posição maioritária da ANA - Aeroportos de Portugal, empresa que gere os aeroportos nacionais e ter afirmado que "todas as hipóteses estão em aberto", disse ainda que "neste momento não há nada definido relativamente ao modo como se vai proceder à privatização".
Já vimos isto acontecer noutros países como o Brasil e a Espanha, salvo erro, em 2008. Nesse ano tinha sido sugerida a entrada de capital privado na administração da infra-estrutura aeronáutica. Os aeroportos começaram a ser considerados como centros de negócios.
Ora, o país está endividadíssimo e com problemas de défice. Na U.E. começam a não confiar em nós e o Banco Europeu a não querer emprestar-nos mais dinheiro (mentira, eles só querem emprestar dinheiro, é dos juros altos que vivem), o que seria uma grande coisa para ver se endireitávamos as continhas.
Por isto tudo pensei em dar uma dica ao governo do nosso país para melhor fazer face às despesas correntes e urgentes e calar um pouco as agências internacionais, deputados, pseudo investigadores e outros que tais, ao serviço dos interesses deste Banco. Pensei então que o governo podia arrendar Portugal a um país que o quisesse para qualquer coisinha ou uma joint de países, sei lá, por um período de 40 anos, tal como com os aeroportos, só depois de ter tido esta brilhante ideia é que pensei:
"parece impossível como a Drª Manuela Ferreira Leite, uma mulher que enquanto Ministra das Finanças vendia tudo a retalho, até o edifício, lindíssimo aliás, da GNR, meu vizinho no Porto queria vender, como ainda não tivera esta ideia, ou mesmo o actual Primeiro Ministro, um homem com enorme produção ideativa, não lhe tenha ocorrido a ideia salvadora, como seria possível?
Ora se pensaram em alienar a ANA porque não arrendar o país inteiro? Dá muito mais dinheiro.
Não entendam estas palavras como uma espécie de rapsódia porque não são.
Não podemos nem devemos deixar o governo apenas à mercê dos líderes dos partidos da oposição numa situação de crise como estas. Governar é difícil e os nossos governantes andam esgotados, precisam de quem os ajude a pensar e essa tarefa espinhosa cabe a cada um de nós. Cada um tem a obrigação de dar um contributo. Não nos podemos dar ao luxo de nos sentar, encostar e não mexer uma palha.
A ideia é muito simples: se arrendássemos o país, receberíamos uma renda. Com essa renda poderíamos pagar os juros das dívidas e assim contraíamos mais empréstimos,estão a ver? Continuaríamos a fazer mais uns milhares de casas, já existem 40 milhões, parecem-me poucas, afinal somos 10 milhões. Construiríamos mais auto-estradas, dizem que estamos bem servidos com estas, mas há aldeias que ainda não possuem auto-estradas, se tiverem dúvidas, perguntem à Brisa.
Ao fim de 40 anos, poderíamos ter uma dívida maior, lá isso podíamos, mas até lá não nos tínhamos aborrecido com o problema dos juros e com Bruxelas e as suas exigências.
Porém, exigiríamos uma condição ao nosso futuro senhorio - a manutenção das aparências, nós Portugal continuaríamos a dizer ao mundo que éramos uma Nação soberana, mais ou menos como já agora fazemos. Também teríamos que acordar com o novo senhorio(s) a questão das eleições. Far-se-íam na mesma eleições, o povo ia às urnas, tudo a fazer de conta claro está, como se fôssemos um país livre, porque no final mesmo, o(s) gestor(es) seria(m) nomeado(s) pelo senhorio e mais nada, seria muito, muito, mas muito diferente de agora, em que os gestores, i.é, os governantes podem fazer o que querem porque estão no seu país endividado.
Seria tudo diferente, sim mesmo muito diferente, mas descansávamos, podíamos adormecer durante 40 anos e depois via-se. O que acham?
Portanto, à semelhança do que se está a passar com os aeroportos poder-se-ia, numa outra escala, passar com o país e, assim, toda a carga de amargura, daqueles insuspeitos fardos que os nossos governantes fecham a cadeado, toda essa carga era transferida para os governantes daqui a 40 anos, quando o contrato de arrendamento cessasse, mas nessa altura os novos governantes poderiam renovar o contrato.
Há sempre coisas para fazer na construção civil, até mesmo e porque não, fazerem um bombardeamento, uma espécie de ataque aéreo, uma guerra, eu sei lá (outra ideia para fornecer agora ao loby da construção civil, embora esteja certa que esses até já estão a trabalhar nisso conjuntamente com os bancos que os financiam) para destruírem milhares e milhares de casas devolutas e que se deterioram por esse país fora por falta de comprador e assim, poderiam construir de novo quiça.
Voltaríamos de novo à felicidade, se não conseguíssemos esse estadio, pelo menos à paz, ao deixa-andar em que gostamos de construir o quotidiano, sem agências de "rating" a anunciar-nos castátrofes ou a colarem-nos à Grécia e à sua falência.
E como diziam em 1914: "Quem tiver alguma coisa a dizer avance e fique calado".












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1 comentário:

SEK disse...

Só por 40 anos? Isto, em tempo de vida útil de um país, menos de 100 não desperta interesse de grandes consórcios.
E, surpresa das surpresas, aposto que entre os candidatos a gestores de Portugal, apareceria algum Português de mérito reconhecido internacionalmente.