As pessoas têm pouca dádiva, duma maneira geral, em especial os homens.
Em princípio, as pessoas só se interessam por aquilo que lhes dá gozo ou lucro.
Desinteressam-se pelos outros se estão bem e principalmente desinteressam-se, quando os outros estão mal e assim se vão quebrando as relações.
Ser correcto, justo e com espírito de dádiva poderia ser um meio de enfrentar a aberração deste mundo, mas raramente isso se verifica.
Vivemos numa sociedade hedonista, as pessoas estão muito mais viradas para si e para o detergente.
Não são só os anos que amolecem as pessoas. Há muita gente a dizer demasiado depressa "eu também penso assim", mas dessas devemos livrar-nos rapidamente.
Não quero viver em mim mesma, como diria a Agustina, conhecer-me viva, mas pessoas com bom coração como antes se dizia, só se o tiverem para os gatos, mas penso que nem para esses. Para os seus pares ou mesmo familiares e amigos, cada vez há menos.
Hoje chama-se "amigo" a quem possa oferecer mais valias ou pelo seu estatuto sócio-profissional ou pela sua carteira de amizades partidárias ou empresariais, com o olhar dum angariador de seguros do antigamente.
Aquelas amizades para a vida a quem se perdoam infidelidades e desapontamentos do coração, pessoas em quem se confia, é difícil encontrar-se.
Hoje vê-se muita gente a viajar em volta da sua pequena existência pecadora.
Muita coisa se dissolveu e a dádiva, como lhe chamo, foi uma delas.
1 comentário:
Como concordo!!!E eu q até pensava q isto era mentira e q as pessoas valiam mesmo que nada tivessem para dar além da amizade, afinal não. ...
Descartam-se e prontos...
Muito tenho eu aprendido nos últimos dias...
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