quarta-feira, 1 de maio de 2013

CHEIRA A MANHÃ

Cheira a manhã fresca
A manhã maçã
A menina alegre
A manhã de liberdade
Simbolismo encantador
Manhã envolta no Cândido de Voltaire
Nos primeiros acordes do dia
Lá para a tarde indico que outro mundo em concreto seria uma possibilidade.
É ainda possível ser optimista?
Compreendo o pessimismo e eu mesma também o vivo. Mas há outras perspectivas.
Somos obrigados a ter esperança, senão a vida parece um pântano.
A humanidade tem os dois lados, o positivo e o negativo.
Jacques Attali numa entrevista disse um dia: "(...a dualidade da história: ao mesmo tempo sentido é movimento, imobilidade e repetitividade. No fundo, a única coisa imóvel na história é o medo como as formas naturais e sociais, nascem e desaparecem. Aquilo a que chamamos habitualmente a crise é, pois, o estado permanente de toda a realidade: uma forma é sempre uma tensão para um ideal, em realização ou em destruição; e a "não crise" é um momento extraordinariamente fugaz, uma utopia., volátil entre dois períodos de crise, de reescritura do texto da história do mundo".
"A história é antes do mais a procura insaciável da liberdade contra a barbárie. Utiliza sempre a desordem, o mal, como sinal anunciador da urgência da ultrapassagem de si. Ainda aí, como em todas as coisas, o mal pode ser fonte de bem".
A vida vale a pena: dá-nos a conhecer brilhantes seres humanos. Talentosos, elegantes, com conteúdos fantásticos e maravilhosos. Gente que se transcende, gente simples e transbordante.
O Humano é duma vasta complexidade, é feito duma matéria inexplicável.
E tão preciso e impredível é o seu conteúdo que eu continuo a surpreender-me e a fascinar-me com aquilo que é capaz de conseguir. O Humano é capaz de transfigura a realidade até ao melhor e ao mais alto nível.
Eu vivi essa amostra no 25 de Abril de 1974 e nesse fantástico 1º de Maio de 1974, extasiada, excitada e por mais que os anos passem, essa sensação, sempre que chega este dia, volta viva e pura e muitos/as outros/as sentem o mesmo, eu sei.
É disto mesmo que nasce uma espécie de fraternidade. 

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