sábado, 25 de maio de 2013

TUDO É INSTANTÂNEO

A esquizofrenia deixou de ser doença. A esquizofrenia é normal, mais do que estar na moda. Há 30 anos a esquizofrenia era uma doença mental que atacava cerca de 1% da população, portanto absolutamente marginal, excepcional. Hoje em dia tornou-se normal.
E nem sequer é necessário reflectir muito sobre isto, tudo é instantâneo, imediato. Tudo se torna Zen. A memória pode-se dispensar e toda a história se afunda num momento.
Tudo é próximo, a globalização abençoa, mas tudo é afinal tão vazio.
Neste mundo virado de pernas para o ar em que a excepção se torna regra e a regra excepção, em que nem sequer se quer separar o bem entendido do mal entendido.
A esquizofrenia nacional é doença antiga, existia em germe.
Sempre tivemos uma relação verdadeiramente pessoal com o nosso país. Exaltamos ou lamentamos Portugal desde sempre, personificamo-lo como se de uma pessoa se tratasse.
Portugal tornou-se uma doença, uma visão, uma alucinação, um delírio, o delírio dum jardim plantado à beira mar, o delírio do paraíso perdido.
Evocamos Portugal como se de visões se tratassem. Sempre especulamos e sempre fora da realidade.
Nunca  nos tornamos um país igual aos outros.

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