sábado, 9 de agosto de 2014

EXAGERO

Exagero para mim é a maioria das pessoas acharem tudo exagerado.
Quando pensamos de forma clara e concisa há duas atitudes por parte de quem nos observa:
1. verem-nos com um certo respeito
2. acharem que há exagero, falta de moderação e outros substantivos e adjectivos similares.

Sim, sou feliz se considerarmos que tenho livros para ler com palavras enfileiradas, linhas, páginas e folhas onde posso ler, absorver no cérebro pensamentos distintos, novos, diferentes, aquela coisa que os livros têm em simultâneo, algo de embriagante e anestesiante. Mas depois penetra em mim aquele sentimento que tenho contra a injustiça e a impunidade...
...E não percebo porque é que as pessoas preferem o silêncio, a comodidade imediata, a pega de cernelha em vez de encararem de frente os problemas.
A cobardia, o deixa andar, mesmo que disfarçado de bom feitio, do social-porreirismo, que se vai resolver, a ausência de dádiva e solidariedade são alguns atributos com os quais convivo mal.
O país vai-se destruindo com a ajuda de todos em parcelas desiguais embora e, tudo quanto seja crítica ao status quo, é severidade para muitos e ficam estolidamente sentados ou a andar e a viver como ovelhas a pastar  como se num prado estivessem, sem participar no mínimo que seja em seu redor.
Talentos unilaterais poder-se-ia chamar.
Sempre me atraíram as pessoas monomaníacas, fixadas numa única ideia, ao mesmo tempo que me causam repulsa. Fazem-me lembrar térmitas que constroem uma abreviatura do mundo curiosa e singular.
O meu país está a parecer um oceano negro de silêncio.
Esta resposta do povo, através do silêncio, corrói e destrói, este nada da oposição que não existe.
Nada, nada assemelha-se à loucura colectiva.
E membros há no meio deste mar que pugnam por menos severidade, maior relaxamento e outras doçuras.
RECUSO-ME.




4 comentários:

Helena disse...

E vão duas, que também eu me recuso.
Mas cada vez faço um esforço maior para aguentar a avalanche de silêncios que todos os dias nos envolve.
Tens razão. Faz mal, muito mal!

GL disse...

Lê-la continua a ser o antídoto que me faz bem, que me acalma nesta (des)zanga com este mundo mau, pérfido, indiferente à injustiça, ao sofrimento, alheio aquilo que é o bem estar do Outro.
Por tudo isto, e se me permite, gostaria de o " roubar", de o levar para o "olhares". É que gostaria, não só de o mostrar a quem por lá passa, mas essencialmrnte de o reler sempre que me apeteça. Revejo-me em cada ideia, em cada opinião, em cada revolta.
Claro que não consumo o roubo sem autorização.

Abraço.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

Está autorizadíssima, mas lá não me apreciam muito e depois arranja uma carga de trabalhos. Beijinhos

GL disse...

Se não se importa levo mesmo.
Há quem não aprecie? Lamento por eles!
Mais do que para quem quer que seja, levo para mim, para ler sempre que me apetece, sempre que tenho necessidade de ler algo escrito com a lucidez que faz toda a diferença.

Obrigada, mais uma vez.

Abraço.