domingo, 24 de agosto de 2014

TURBILHONANTE

Não és o meu confessionário diário, mas quase.
Não me descasco em camadas mas às vezes a pele sai quase inteira.
Leva-se uma pancada na cabeça tão forte que fica a doer o coração e a dor da cabeça não se sente.
A todos nós acontece estas pedradas, é uma questão de tempo eu sei, é difícil negociar com a vida.
A palavra coragem parece ter desaparecido da minha matriz e vou precisar dela mais do que nunca.
Os pensamentos andam por outras bandas, bem longe de onde tenho os dedos dos pés.
O despertador tiquetaqueia para me intimar/intimidar.
Não se pode fugir e o coração não pára de doer  e a cabeça não consegue pensar.
Há dias, muitos, em que a gente se farta do mundo, embora dele não possa prescindir.
O mosquito tem-me preferido a mim e não me quero render.
Dói-me o coração e a cabeça não pensa.
Tudo diante de mim parece vestir-se de nevoeiro.

1 comentário:

Helena disse...

Coragem, amiga!
O nevoeiro é assustador, mas não podemos deixar que nos engula.
(Desculpa estas palavras tão pobres...)

Beijo