terça-feira, 12 de agosto de 2014

QUE POSSO DIZER?

Hoje faz equadores de calores? Não, não posso.
Hoje está uma humidade mais que outonal. Sim, está.
Poderia começar por dizer que andamos num barco à deriva e que a vida é uma chalaça em funcionamento pelo hábito do milagre.
Que voltamos a contentar-nos com estarmos vivos e envelhecemos precocemente nesta terra perdida onde os diabos andam à solta.
Estive a ouvir pessoas e sinto-as esmurradas. Parecem esmurradas, feridas no seu amor próprio.
Antes vivíamos de açaime, hoje com resignação e muita conversa de achar.
Temos sido sempre mal governados, roubados, injuriados, vilipendiados e continuamos cavaleiros inexistentes.
A mentira passou a ser verdade. A verdade continua em nevoeiro profundo como o desta manhã.
Sorrimos quando estamos a ser esbofeteados na tentativa que alguém nos entenda e perceba que o esbofeteamos também.
O sofrimento não acaba e as pessoas tratam a História como um incómodo que é preciso suportar com uma estranha necessidade de derrotados e caímos numa estranha nostalgia das coisas impossíveis.
Estou cheia de gente superlativa dentro e fora do rectângulo.
Só fantasmas!
Venham as coisas impossíveis!
 

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