Hoje faz equadores de calores? Não, não posso.
Hoje está uma humidade mais que outonal. Sim, está.
Poderia começar por dizer que andamos num barco à deriva e que a vida é uma chalaça em funcionamento pelo hábito do milagre.
Que voltamos a contentar-nos com estarmos vivos e envelhecemos precocemente nesta terra perdida onde os diabos andam à solta.
Estive a ouvir pessoas e sinto-as esmurradas. Parecem esmurradas, feridas no seu amor próprio.
Antes vivíamos de açaime, hoje com resignação e muita conversa de achar.
Temos sido sempre mal governados, roubados, injuriados, vilipendiados e continuamos cavaleiros inexistentes.
A mentira passou a ser verdade. A verdade continua em nevoeiro profundo como o desta manhã.
Sorrimos quando estamos a ser esbofeteados na tentativa que alguém nos entenda e perceba que o esbofeteamos também.
O sofrimento não acaba e as pessoas tratam a História como um incómodo que é preciso suportar com uma estranha necessidade de derrotados e caímos numa estranha nostalgia das coisas impossíveis.
Estou cheia de gente superlativa dentro e fora do rectângulo.
Só fantasmas!
Venham as coisas impossíveis!
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