quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PENSANDO EM VINICIUS





A minha pátria é inquietação,
Desolação.
Minha pátria senhoreca
Que passou de sem sapatos
a ter carros e a ingerir Ben-U-Rons.

Tens albergado gente má
Expulsado gente boa.
Sinto-me no exílio pátria minha.
Porque a minha pátria é como se não fosse.

Foi assaltada, vilipendiada, violada
Apareceu em coma ao outro dia.

Dá vontade de chorar só de olhar
Vontade de a mudar toda.
Está tão mal vestida e calçada
A minha pátria que dá dó.

Perguntaram-me no outro dia
Quem é a minha pátria?
Respondi: Não sei!
Às vezes sinto grande tristeza
Por ver a minha pátria tão doente.

Minha pátria povoada de simples
Mas de insaciáveis apetites
Cheia de ilusões.
É ela
É a minha pátria!

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