As dores acompanham-me todos os dias. Apetecia-me esperar por elas, às escuras, e apontar-lhes um revólver. Assim, PUMMMMMM, já está!
Contraem-me, tiram-me o à vontade.
Porque não as considerar trivialidades da vida corrente e ignorá-las, mantendo-me num plano superior, abstracto.
A vida passa por mim a correr e não tenho pernas para a apanhar.
Vejo-a com 40 anos de distância e admiro-me ao pensar que é o futuro que está cheio de incertezas porque o tempo passa e o futuro torna-se passado. Assim sendo, é o passado que está cheio de incertezas.
Ainda há 3 anos, fazia do Inverno Verão.
Caminho sozinha pelas ruas e penso nas rupturas que se produziram em mim ao longo de décadas.
Penso nos meus, nos que já partiram e no que eles pensavam e concluo que não seria muito diferente do que eu penso e do que eu sinto.
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