quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O MEU PAÍS

O meu país coleciona histórias e coincidências.
Antes do 25 de Abril éramos um lugar triste fora do mundo, agora estamos no centro do mundo pela negativa.
Faz-me lembrar aquelas histórias clássicas das mulheres bonitas, analfabetas e pobres apanhadas por um proxeneta para a prostituição. Ao nosso país aconteceu o mesmo, era um país belo e pobre e a proxeneta da Europa, prometeu-lhe mundos e fundos e levou-o para a má vida.
O meu país nunca se livrou do fantasma de Salazar.
A corrupção deixou de ser um defeito das nossas sociedades para ser uma das suas características.
As máfias organizam-se nas direcções europeias com a Comissão Europeia à cabeça, no que à Europa diz respeito.
Portugal vive no desperdício desde a sua adesão à União Europeia devido à elevadíssima 'arte' do FURTO dos seus dirigentes.
Hoje temos um país que é uma constelação de vícios e de fortunas. Os fascistas voltaram a reproduziram-se, estão por todo o lado, dirigem, não temem esta democracia nem esta liberdade, alimentam-se dela, adaptaram-se aos novos tempos, tiram partido.
Discutem muito entre si mas apenas  pormenores e minudências, já não discutem ideologias, a única ideologia existente é a do Euro.
As ilusões do povo estão a acabar-se, tendo por consequência uma enorme indiferença e abstenção no plano eleitoral e qualquer dia a política só interessará aos arqueólogos.
Se o regime do Salazar foi uma constelação de presidentes de junta de freguesia provincianos, este regime de Soares/Cavaco é de bandoleiros que fazem de conta que são políticos.



2 comentários:

GL disse...

Entre uma realidade e outra, ambas inqualificáveis, se houvesse hipótese de escolha não sei qual escolheriamos. E é este sentimento que nos faz sentir profundamente mal: sentimo-nos ludibriados:em direitos, em dignidade, em projectos, em respeito, em suma, em tudo aquilo a que tínhamos direito.

Abraço amigo.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

Cada vez tenho mais dúvidas sobre se tínhamos direito ou não, a maioria de nós não tem direitos porque não tem deveres e eles são concomitantes.
Obrigada pela sua presença assídua