terça-feira, 1 de abril de 2014

PENSAMENTOS QUE SALTAM

A memória do Homem é curta.
Há muita coisa a iludir-nos e precisamos que assim seja para não morrermos 1º.
Aqui na Justiça, qualquer dia também está como na Índia com as castas, os Tocáveis e os Intocáveis.
Há os viciados televisivos.
Os carrascos são odiosos mas os cúmplices não lhes ficam atrás. São insaciáveis.
Todos nós somos um pouco equilibristas. Gracejamos para nos enganarmos e enganar os outros.
Há pessoas que sofrem uma vida inteira pelas opções que tomam, outras há que são de coração duro e orgulhoso e fazem sofrer e erram muito.
Somos tanto mais livres quanto mais nos despojarmos de tudo.
Há quem diga que  de quando em vez me refugio na ficção e é verdade, preciso dela para aguentar a realidade cada vez mais me apetece fazer este movimento, percorrendo todos os anos necessários.
As pessoas que se encontram completamente dentro da realidade estão apáticas e indiferentes para a aguentarem.
E porque me estão ali a interromper não tenho mais hipóteses de ficar aqui com os meus pensamentos e lá vou eu para a tal realidade, aquela que dizem que é diferente do real, a tal que faz as pessoas normais, a tal da média estatística e da norma, mais desta do que da outra.

2 comentários:

GL disse...

Uma questão, apenas. O que se entende por realidade? Ideias com que somos bombardeados a toda a hora, ou olhar à nossa volta?
A memória não pára de diminuir. É que nem o confronto sistemático com o desastre nos acorda da letargia.
Arranjamos mil e uma forma de defesa? A lei da sobrevivência a isso nos obriga. É que os carrascos não dão tréguas!
Bjs

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

Realidade (do latim realitas isto é, "coisa") significa em uso comum "tudo o que existe". Em seu sentido mais livre, o termo inclui tudo o que é, seja ou não perceptível, acessível ou entendido pela ciência, filosofia ou qualquer outro sistema de análise.1

O real é tido como aquilo que existe fora da mente ou dentro dela também. A ilusão, a imaginação, embora não esteja expressa na realidade tangível extra-mentis, existe ontologicamente, onticamente* (relativa ao ente - vide Heidegger in "Ser e tempo")*, ou seja: intra-mentis. E é portanto real, embora possa ser ou não ilusória. A ilusão quando existente, é real e verdadeira em si mesma. Ela não nega sua natureza. Ela diz sim a si mesma. A realidade interna ao ser, seu mundo das ideias, embora na qualidade de ens fictionis intra mentis (ipsis literis, in "Proslogion" de Anselmo de Aosta - argumento ontológico), ou seja, enquanto ente fictício, imaginário, idealizado no sentido de tornar-se ideia, e ser ideia, pode - ou não - ser existente e real também no mundo externo. O que não nega a realidade da sua existência enquanto ente imaginário, idealizado- da Wikipédia

Para mim, realidade é aquilo que eu percepcionei do real, que pode ser ou não ser. Real e realidade são coisas diferentes. Não é simples discutir estes conceitos em termos filosóficos. Kant, por exemplo, definiu estes conceitos, mas não só Kant. No fundo, o que é uma cadeira para nós pode ser uma mesa para os outros, mas convencionou-se em certa época chamar-lhe cadeira. Por aqui é difícil discutir filosofia mas no meu entendimento é a única coisa que vale a pena ser discutida. Abraço amigo