sábado, 5 de abril de 2014

SÁBADO(S)

Podia falar dos sábados da minha vida que são dias diferentes dos outros, mas ainda estou a decidir se hei-de entrar uma hora nesses sábados passados.
De sábados que  moldam as minhas necessidades e de tempo as minhas limitações.
Houve sábados que me esforcei por afastar a tristeza, aquela.
Sábados mágicos e sábados que quebraram a monotonia da existência.
Sábados em que a esperança irrompe.
Sábados em que amamos, sábados que me impressionaram pelo facto de não me impressionarem nada.
Sábados com reacções desproporcionadas.
Pronto, e a mente volta a fluir e cai de borco três metros à frente.
Nova interrupção, ouço os pássaros a cantar e lá vou eu de máquina em punho "caçar/pescar" os meus amigos com asas, são o meu pólo magnético.
É meu passatempo preferido observar todos os seres que têm asas e patas e garras e penas, mas se estivesse junto ao mar seria atraída pelos seres com escamas e pele e pelas águas caudalosas.
Já voltei aqui, mas ainda continuo lá no sítio, olhando para eles, encontrando-me com a perícia de viver.
Como este texto estará uma salsaparrilha e me apetece rir até à lágrimas porque já estou com o pensamento numa coelreutéria, aquela árvore da chuva dourada que vi numa paragem em Lisboa no cruzamento da Rua Carlos Paredes com a Rua Helena Vaz da Silva e me afasto constantemente do que escrevo não poderei continuar, no entanto, direi apenas que os meus sábados são isto mesmo, enamoro-me de tudo que é belo, que está na natureza à minha espera e porque a vida é uma polca com pilhas de curta duração como alguém disse, fico assim ofçaide, a olhar, prestando atenção a uma coisa, desatendendo outra, prestando vassalagem a uma flor, a um pássaro, lendo um poema ou um romance, passeando ou amando.
Aos sábados sempre me senti mais livre, até para estar triste e sentir os grandes cataclismos.
Aos sábados!

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