terça-feira, 12 de junho de 2012

DE QUEM EU GOSTO ATÉ AO CABIDE CONFESSO

A curiosidade nem sempre mata e quando não mata, ajuda a descobrir e a redescobrir, a cultivar fragmentos.
Gosto de pessoas poliédricas. Gosto de quem pense sobre várias coisas, que imagine e seja rigoroso ao mesmo tempo.
As pessoas com uma postura crítica, mas que procuram os factos de maneira dinâmica normalmente leêm-nos pelo seu avesso, imprimindo-lhes um carácter dialéctico e compreensivo. São pessoas empenhadas e demonstram claramente que o individual se cruza com o colectivo.
Só estamos presentes no mundo quando se percebe bem o individual, quando se dá conta do peculiar. Há que descobrirmo-nos o melhor possível, para melhor conhecermos os outros.
A busca das diferenças é tão essencial quanto a das semelhanças, para nos encontrarmos melhor.
Gosto do pensamento politicamente incorrecto.
Gosto que as pessoas saibam os seus direitos mas não esqueçam os seus deveres.
Um dever por cada direito, mas como pode isso acontecer se as pessoas nem ao cinema vão, quanto mais à fruição de outros conhecimentos, de outros saberes e culturas, para saberem o papel que lhes cabe neste mundo.
Qual o investimento do Estado em Cultura? Qual a percentagem de população "letrada", i.é, que frequenta a cultura? 20%, 25%, talvez muito menos ainda, mais não deve ser, a outra percentagem, 75%/80% assiste ao lixo televisivo, aos reality shows, à pimbices de toda a ordem.
Chama-se democracia, o sistema que em Portugal não defende o bem estar e a qualidade de vida da maioria dos portugueses.
Gosto de gente que se dedica ao bem comum, gente que voluntária e dedicadamente, ajuda a erguer obras, que se empenha, que participa, que se solidariza e entrega a um ideal cívico.
Gosto de gente despoluída.
Normalmente trata-se de gente doce.
Enfim, gosto de pessoas que com os seus pequenos/grandes contributos, como os seus fios muito finos  e quase ténues, tecem a História oficial.
É de todos os pequenos contributos que se constrói a História dum povo, não tanto de D. Joões II, o tal grande rei que matou friamente para assegurar o seu poder.

2 comentários:

Helena disse...

És exigente, amiga! E isso é bom. Desconfio sempre de pessoas pouco exigentes. Ou são desinteressantes, ou são falsas!

Beijo!

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

tens razão, sempre fui exigente, porque muito exijo de mim. beijos