sábado, 30 de junho de 2012

DIA APÓS DIA

Ansiando por transcendência, alguns com jactos de palavreado e satisfação em andamentos.
Levarmo-nos a sério, uma das piores coisas que há.
Há dias outros que são um pas de deux.
Dias difíceis, sem contribuições, nada interessantes. Outros que vacilam, simplesmente, da sua exacta e mais que perfeita bissectriz entre o que é possível e macio e os seus reflexos e apenas um passo para o lado errado, para o que não existe, para o que desmoraliza.
Com leituras  da realidade desprovidas de dinâmicas novas.
Quantos dias vivemos nós na prática, se há tantos que apenas sobrevivemos, que deixamos que corra o tempo, o mais depressa possível?
Antes havia as férias para serem dias diferentes. Hoje, muita gente apenas se pode banhar no dia a dia.
Há dias sem consistência, direcção e consciência dos seus próprios expoentes.
Há dias em que se pressente o esfumar dos sonhos, outros há em que a força da vida é tão grande que valem a pena.
Há-os invulgares.
Somos os interpretes dos nossos dias mas nem sempre somos convincentes. Quase sempre clamamos por mais.
Há dotes que se ausentam, outros que saltam e nos enriquecem.
A idade às vezes traz-nos algum sol e fornece-nos belos elementos acústicos.
Dias que se revelam importantes e lançam nova luz sobre outros dias.
Dias que nos retiram da obscuridade constante e são variados e enormes.
Dias em que nos encontramos na nossa complexidade.
Dias em que experimentamos pulsões contraditórias quer do imediato mais voluntariosamente primitivo quer do formalmente requintado.
Dias geométricos, sem cronologia em que diferentes conjuntos se confrontam.
Dias sem cor, dias com cor.
Dias com experiências.
Dias com vontade expressionista.
Dias com marcas longas, longuíssimas.
Dias de automatismos de 1º e 2º grau.
Dias em que temos que inventar tudo.
Dias simples, primitivos.
Dias de liberdade, num nunca mais acabar de surpresas, aconchegados.
Dias envolventes.
Dias do outro mundo e dias com mundos plenos de possibilidades.
Dias em que o sol nasceu no sítio exacto.

2 comentários:

Helena disse...

Há dias assim. De todas essas maneira. Saber dizê-lo faz também parte do que é bom nos dias. E tu sabes!

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

ÀS VEZES SAI MELHOR, OUTRAS PIOR, MAS LÁ VAI SAINDO. BEIJINHOS