segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CADA VEZ PERCEBO MENOS DESTA VIDA

A vida está uma ribaldaria, o país uma ribaldaria está. O Mundo é uma ribaldaria.
Antes achava que metade da mediocridade humana se devia à infelicidade e à falta de educação. Hoje, verifico que os velhacos são livres e que a  liberdade encobre a velhacaria que utilizam.
Quando era jovem, os mais velhos, os que tinham a idade que hoje tenho, diziam-me que "com a idade, isso passava" , referindo-se à revolta e à utopia. Não passou, continuo na mesma, senão ainda mais revoltada e utópica.
Não tenho cataratas, mas não percebo muitas coisas que se passam. Estes golpes de escacha-pessegueiro que todos os dias levamos pelos governos, pelos credores, pelos eleitores, pela vida, não os entendo, nem os aceito.
Outros antes de mim já disseram o mesmo, já sentiram o mesmo.
Passou-se da modéstia, irmã da pobreza, que são detestáveis, para a imodéstia, igualmente detestável.
Bem sei que o tempo está melancólico e o intervalo entre os prazeres demasiado longo, mas não é disso que se trata.
Do que se trata é mesmo não perceber todas estas representações.
Todos os dias nos fornecem mais dose de veneno, todos os dias nos entopem mais.
Não percebo qual o curso que quer seguir o mundo.
A realidade que nos olha parece ficção.
Parece que estamos todos muito perdidos, mesmo os que se agarram às boias dos partidos e das suas ideologias, não se começam a reconhecer.
Uns não se reconhecem nos outros.
Há falsas verdades todos os dias a serem apresentadas.
Não podemos viver de novo as nossas vidas, por isso estão a roubar-nos vida.
Parece que há uma grande buraco no conhecimento do que se passa e no qual nos podemos mesmo vir a afundar no entanto nem sempre o conseguimos evitar.
Uma coisa eu sei e percebo, a ter glória esta gente, só têm a glória de nada serem.

2 comentários:

Helena disse...

Para saber seja o que for, é necessário algum distanciamento do que queremos conhecer.
E nós estamos no centro do vulcão...

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

palavras sábias, amiga
bj