terça-feira, 29 de outubro de 2013

OS TIQUES BURGUESES

Há os burgueses e os tiques burgueses.
Para os PCs quer uns quer outros se assemelham em valor absoluto.
O que são os tiques burgueses? Explicam-me que é querer ser parecido com os burgueses.
São trejeitos?
Ora, tenho para mim, que toda a sociedade portuguesa actual é burguesa e tem tiques burgueses, à excepção dos camponeses que agora já nem sei como se chamam, e dos pescadores, assim a sociedade portuguesa é burguesa na sua maioria e cheia de tiques.
Com a globalização, as imitações dos chineses, a troika, a falência das fábricas e queda brutal do operariado, ficaram os serviços. Esta gente é burguesa até ao tutano. Fale-se com uma empregada de qualquer loja a ganhar o ordenado mínimo,  fale-se com os mendigos que dormem na rua, todos são burgueses, têm mentalidade de burgueses.
E por falar em Pcs e este linguajar deles: quando vou às manifestações por eles convocadas, as pessoas que lá aparecem vestem-se duma dada maneira, digamos que à operário, porque como se sabe, a maioria não o é até porque nem os há. Quando vou às manifestações convocadas pelo Movimento Que se Lixe a Troika, a indumentária utilizada, na sua maioria, é bem diferente, uma espécie mais alternativa e outros mesmo bastante alternativos, diria eu. Faz-me lembrar os anos 70 e 80 nos locais de cultura (que infelizmente sempre foram bem alternativos) os frequentadores de teatros, exposições e afins. Assim sendo, há tiques de partido também e já não só de classe.
Convém referir, porque é a verdade, que sou outsider, num lado e no outro. Eu visto e sempre vesti à minha moda e confesso não tenho tiques conhecidos, nem reviro os olhos como o Sócrates, nem abano a cabeça como o meu homónimo Soares, etcétera e tal.
Confesso que sou mal lateralizada, mas até prova em contrário, sou pequeno-burguesa, conforme aprendi nas noções básicas  de sociologia e lá por casa, embora por parte paterna seja brasonada, já que há brasão de família (mas como pertencíamos ao ramo familiar dos tesos, dos que foram roubados pela outra parte, ficamos só com o epíteto de burgueses, digo eu que não pensavam assim a minha avó e o meu pai) .
Nas feiras cá do sítio, não raro chamam-me fidalguinha. Portanto, sou pequeno-burguesa por parte da sociologia e da cidade e, fidalguinha por parte da aldeia, o que não sei se quer dizer a mesma coisa.
Desde que a sociedade mudou que peço para me explicarem esta questão, cientificamente, já que para os media e políticos novos ricos de agora é tudo classe média, a não ser os que auferem mais de 700 euros, esses sim, verdadeiros ricos e os que como eu ganham mais de 1.500 são os tais ricaços,  já que para eles, os políticos actuais, aqueles a quem se tem que prever é aos bancos e empresários da classe A para depois esses poderem dar a esmola aos necessitados, necessitados esses que lhe deram o dinheiro para eles fazerem a figura de esmoleres.
Até parece a Lei de Lavoisier, mas não é.

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