quinta-feira, 31 de outubro de 2013

ESCRITA MATINAL

Que temas há para abordar?
Há sempre o eterno tema de não ter tema.
Também posso falar da florescência dos tojais, plantas repulsivas por seus espinhos, alegres da sua perpétua verdura, únicas a enfeitarem a terra quando a restante natureza vegetal amarelece, definha e morre.
Posso abordar os dias magoados e oprimidos que passam por nós e da segunda consciência que deles tiramos; dos crimes que não são punidos e que ficam como exemplo na humanidade.
Posso falar da espera que esperam sem saber do quê.
Posso dizer que há momentos em que me sinto defunta de mim e que são talvez os momentos que melhor penso.
Posso falar da América, espreguicei-me agora desculpa foi só para descontrair, e das suas guerras, da sua impaciência e do que os E.U. pensava do Costa Gomes, que era um homem "muito à esquerda" nos idos de 1974/75 e lembrar-me do que poderíamos fazer agora sem ser considerados "muito à direita".
Mas também posso falar de gente simples, de tez e olhos árabes que nos oferecem a alma num sorriso.
Posso tudo, até ver o mundo como alguns ainda vêem, despido de vestes que alguma candura lhes empresta.
Posso falar da algazarra das redes sociais e das suas "não" consequências, da "segurança" que acabam por fornecer aos criminosos institucionais eleitos, porque "cão que ladra, não morde", pensarão eles.
Posso tudo sem quebrar o silêncio que as coisas fazem ao existir.
Como me apetece o silêncio, o silêncio profundo.

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