terça-feira, 12 de novembro de 2013

A GRANDE ENXURRADA

Continuamos submersos, embora mantendo a cabeça à tona.
Fomos amputados à força dos nossos ideais.
Alguns vivem esta amputação como se de voluntariado se tratasse.
Custa-me muito ver a saída dos jovens para fora do país, a sangria completa. A maioria não voltará nem os seus filhos.
Custa-me ver a falta de solidariedade entre gerações provocada artificialmente por os governos, em especial este que vira uns contra os outros, funcionários públicos contra privados, trabalhadores no activo contra reformados, jovens contra velhos, que põe cada um a tratar de si para se "safar", sem olhar sequer para o lado.
Ninguém fica, os mais válidos vão-se.
É um país de velhos que nem para os velhos serve.
E quem pense que isto é um intervalo, pensa mal.
A questão mesmo é não haver esperança e estarmos a ser bombardeados por mentiras.
Que via dolorosa temos que seguir por ser portugueses.
Se abrirmos um jornal verificamos o que está a acontecer por todo o lado.
O país sofre de aspirações insatisfeitas, está esburacado de insatisfações.
Vivemos no país do amanhã.
O que é ainda verdade neste país, o que é ainda acreditável?
Tudo sucumbe todos os dias.
Tudo se mudou e deformou nos espelhos da verdade, da honestidade e honradez.

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