terça-feira, 26 de novembro de 2013

ESPERANDO, ESPERANDO...

Não esperamos por calma, a maior parte de nós não tem calma nenhuma. Também não é porque não assole qualquer tentação.
Precisávamos de descanso, de viver normalmente, por isso temos que resolver o que nos parece ser impossível para depois voltar a esperar.
Depois destas pilhagens continuamos a esperar por mais e mais pilhagens.
A Europa está feita para nos roubar e o governo não passa de medíocres testas-de-ferro desta Europa pirata.
Estamos a ser sacrificados vezes sem conta pelo mesmo governo. A agonia dum povo fraco é que faz a verdade do governo, por isso eles não hesitam em sacrificar mais e mais os débeis e os ingénuos.
Fizemos uma "revolução" sem sangria, o sangue não correu pelos esgotos, por isso depois dos hinos da revolução, os homens que tomaram o poder são os mesmos, das mesmas famílias. Os filhos e os netos da mesma gente com o acrescento dos novos ricos da política.
Lavou-se a cara ao país e a "democracia" tornou-os poderosos e rapidamente se reorganizaram e, o povo mais uma vez, mergulha no silêncio histórico.
Já vem do tempo da monarquia. D. Pedro II falava de moderação como virtude.
Todas estas "virtudes" portuguesas de longa data, resvalam em inércia e mediocridade.
Esperamos, arrastando-nos.
Somos um país pequeno com gente pequena e este sentimento constante de derrota que nos persegue.
Escorremos tristeza e aquela dor no peito a responder nas costas deste povo.
Apesar das auto estradas, das rotundas, dos parques, das piscinas, das casas e dos carros próprios, mais dos bancos do que nossos, as pessoas desenvolvem aquele cálculo de dizer só o que os outros querem ouvir, sejam de que partido forem. Só se faz o que os outros querem que se faça.
Mas agora, agora mesmo coloridos todos de cores tímidas e achando-se incapazes de cometer os tais desatinos, mais por falta de imaginação do que por virtude, agora está tudo cansado de tanta espera e ouve-se todos os dias: "se não fosse a idade ia-me embora". Nunca se ouviu tanto esta frase como hoje.
As pessoas cansaram de esperar porque sabem, a democracia demonstrou-lhes que a fé que tinham num Portugal melhor, era isso mesmo uma questão de fé.
Conhecem as batalhas perdidas, embora saibam que a guerra ainda não o está. O problema se calhar está mesmo no estrabismo, naquele jeito indefinido de olhar.


3 comentários:

Helena disse...

Não consigo compreender a espera mansa.
Mesmo!
E todos os dias nos deparamos com ela...

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

bom dia, Homónima.
Lá vou eu a caminho dum funeral, logo eu que só lhes fujo, invento coisas para não ir, mas tenho que ir.
Esperamos demasiado e depois morremos todos, todos... mesmo os que nos estão a matar e há gente mesmo muito mal, a passar agruras. Inaceitável!

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

Olá GL, obrigado pela visita.
Somos assim e não há mesmo nada a fazer. Pode-se dizer que foram os 48 anos de fascismo, pode-se dizer que foi/é a iliteracia, mas de facto, fomos sempre assim, desde que existimos.
Claro que temos coisas boas.
Um Bom Dia