terça-feira, 4 de março de 2014

DIA CINZENTO DE MARÇO

ao correr da pena


Terça-feira de Carnaval, feriado para muitos.
Lembro-me das acções mais descaradas e absurdas que as pessoas e governos têm para desconsertarem os adversários
E pergunto-me o que é que é verdade?
Muita gente adormecido em poeira eu vejo, em distrações mais ou menos sérias, pessoas que até já foram vivas.
Muita gente confusa mas eloquentes na explicação.
Gente a interromper-nos pensamentos para sempre, há muita. 
Vejo um mundo a despencar, como se malas sobre nós caíssem, mas lendo e relendo a História verifico que muitos antes de nós, tiveram a mesma sensação.
Para algo existir não precisa de ser sabido, mas nós sabemos demais do que não nos acontece durante a nossa existência.
Ficamos muitas vezes com desfalecimentos de desejos e com zumbidos de pensamento.
Hoje, é um dia em que tenho laços dentro da cabeça.
Lembro-me de Carnavais alegres em que dançava e, como gostava de dançar.
Lembro-me de outros bem idiotas, como aquela 3ª feira de entrudo em que o Cavaco PM mandou trabalhar, a única coisa que eu fiz foi atirar confettis e serpentinas aos colegas.
Mas o pior é que me lembro também do desastre da ponte de Entre-os-Rios, faz hoje 13 anos que morreram 59 pessoas e a culpa morreu solteira, foi o mau tempo disseram os juízes.
Esta luz nevoenta que poisa em halos sobre as coisas deprime-nos, sendo que a mim também me deprimem os ares claros como os pátios de um convento.
Há uma pessoa que diz que me conhece lá para os lados do facebook e que diz que gosto de dizer as coisas e não ter quem me contradiga, como se isso fosse apenas meu apanágio. Gosto da discussão, ó se gosto, pelo-me por uma boa discussão, com gente que saiba dialéctica e não possua dogmas em vez de ideias, mas são raríssimos os casos em que isso acontece.
Se a minha zona de protecção fosse essa, agora diz-se zona de conforto suponho, não me editaria.
A cabeça pesa-me de pensamentos longínquos, os piscos cantam sem cessar, agora juntam-se os melros. Os sinos da Igreja tocam e já se me escapou inteiramente o motivo de que ainda há instante se apoderava de mim.
Como é bom ser mulher.

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