Há dias assim, daqueles que toda a gente conhece.
Só se pode sobreviver se tivermos sonhos, mas nem todos os sonhos nos interessam, só ficaremos com os que vêm acompanhados de grande audácia.
E vivam as fronteiras da nossa memória que protegem os nossos sonhos de tudo aquilo que desaparece.
Não vou fazer um relatório de perdas, hoje recuso-me, o dia está cinzento demais.
Não se trata do cinzento dum dia sufocante como muita gente está a viver e como aparecem nos contos de Raymond Carver, mas apenas um dia sem sol e triste.
Há também livros que nos deprimem, mas que continuamos a ler até ao fim, como tantos outros acontecimentos na vida sem saber a verdadeira razão.
Depois há aquele batalhão das coisas que nos são estranhas, que não percebemos.
É um dia que tem tudo para se polvilhar de sentimentos cinzentos, com a vantagem de não se tomar grandes decisões.
Um dia de pobreza de espírito.
Um dia em que parece que as pessoas andam muito devagar com aquela sensação de para quê?
Um dia de sombras em que o mundo segue o seu curso habitual.
Bom, nada de pensamentos retorcidos e de dar muitas voltas às ideias,Cabide.
2 comentários:
Há dias assim, cinzentos mesmo. Quando o sol nos trai, sabemos que a primavera não volta (apesar das andorinhas) e em que colocar um pé à frente do outro não é andar.
Beijo, Homónima
e hoje pensei: eu aqui neste cinzentismo todo e debaixo de chuva e a Homónima lá na AR.
Bj
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