sábado, 14 de dezembro de 2013

NATAL PEQUENINO, MUITO PEQUENINO

Os sons caem das teclas que apaziguam a minha cabeça feita de várias fitas coleantes que me riscam as palavras que sinto, impronunciáveis que se misturam com os primeiros raios de sol que se reflectem no sofá de veludo romã.
Comigo sentam-se vários mortos queridos e sussurram-me ao ouvido Leninha, Helena, Querida, o Natal são só dois dias, fica bem e não te preocupes, nós estamos todos bem, glorificas-nos todos os dias, estamos todos vivos em ti e depois já sabes, Temos Asas, é só coloca-las, tirar-lhes o pó que ti não deixas ter e estaremos contigo num minuto.
Não sei se hei-de rir ou chorar, não façammmm isso, cócegas não!
É só para ver se tu te ris, andas uma pita chorona, acho que estás uma viva muita chata porque dramática sempre foste.
Estão cheios de imagens como eu?
Vamos todos abrir o cofre das imagens?
Já estamos a abrir aqui no vão da janela. Vem cá, olha o raio de sol já se foi.
Os penteados, as camisolas, as calças e as camisas começaram a murchar na sala pesada de aromas vários.
Paizinho, vamos à Foz?
Avó, vamos dar um passeio?, sim, de carro claro, depois almoçamos e eu mando vir a vitelinha com esparregado que tanto gostas, pronto. Sim, chamamos a Mariana, ela há-de vir com o Henrique e vais conhecê-lo.
Venham todos...eu sei...não posso continuar a tirar fotos às aves marinhas de Peniche... eu sei, é muito o vento, posso constipar-me...eu sei, mas tenho tantas saudades, tantas que continuo a olhar para as aves de Peniche.

1 comentário:

GL disse...

Há Natais assim. Quantos?!...