quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

VIAGEM AO PAÍS DO AMANHÃ

Há um livro do Hermann Hess que se intitula "Viagem ao País da manhã", eu prefiro falar numa viagem ao país do amanhã.
Às vezes temos ideias lindas, ideias mágicas. A minha nova ideia,  que surge como um relâmpago, era pegar em toda a gente que está a sofrer e levá-la daqui para fora. Sairmos  e deixarmos estes verdadeiros miseráveis a falar sozinhos. Ninguém comprava nos merceeiros grandes, ninguém pagava impostos. Que bom que era, ficavam  com os empreendedores deles, os secretários-de-estado para mudar fraldas, com os futebóis e as mesas quadradas, redondas e oblíquas nas televisões, os Medina Carreira e convidados, as Judites de Sousa e as máscaras dos dias das Bruxas, tudo, tudinho ficava para eles, de prenda no sapatinho. Adeus audiências e depois o que acontecia?
Como que por magia viam-se todos deformados nos espelhos, os rostos agora brilhantes apareceriam a seus próprios olhos cheios de pavor e de pústulas irrevogáveis.
Desesperados queriam sair e ir rapidamente aos offshores para meterem o dinheiro em malas, mas não conseguiam nem malas tão grandes nem o dinheiro que já lá não estava.
Imploravam que o povo voltasse e o povo anunciou que só o faria quando os visse todos mortos e enterrados.
Nós, povo, sabíamos que era uma questão de tempo, que eles não sobreviviam sem nós.
Aliás já tinham apresentado 42 confissões a declarar o que iriam fazer, caso regressássemos.
O nosso representante, anunciou-lhes o que pensávamos: Só voltaríamos quando estivessem mortos e enterrados.
Enquanto isso e como era Natal, estávamos todos juntos, quentes e satisfeitos porque sabíamos que sem nós não durariam muito e que voltaríamos ao nosso lindo país, ao país que nós construímos e que é nosso.
É um belo sonho este  que me passou pela cabeça quando olhei para aquela bola de Natal brilhante e que me disse que só lá cabemos nós, eles não.
ELES estão há demasiado tempo instalados no nosso rectângulo, não os queremos com ordens muitas, fortunas várias.
CHEGA! BASTA! ACABOU COM ELES e como é Natal, a fada madrinha com a tal varinha fez  magia, transformou-os em neve, derreteu-os por assim dizer.


2 comentários:

GL disse...

Sonhos no meio do pesadelo.
Quando é que a utopia deixa de o ser?!
Bom fim-de-semana.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

só agora vi alguns comentários, fui encontra-los no spam, veja-se só