quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

SER OPTIMISTA ???

Ser optimista, ser pessimista, ser realista dizem de si próprios.
Não sei se quando dizem que o são, o dizem num desfruto de si mesmos, se o fazem como banho para esclarecer o pensamento.
Trata-se duma atitude ou de uma prática duma crença?
Certo é, que os que se proclamam de optimistas necessitam de o gritar bem alto para serem ouvidos ou mesmo ouvirem-se a si próprios, quiçá.
Mesmo com nevoeiros enganadores sorriem com todos os dentes, proclamando que os náufragos no futuro serão inexistentes ou quase. Têm mesmo uma necessidade de voar para o assunto.
Em contra partida, os pessimistas ficam, normalmente, a rinchar e julgam-se mais inteiriços que todos os outros e costumam dizer: como eu já tinha dito, como já tinha avisado.
Normalmente sopra-lhes o Nordeste e diz-se cá para estes sítios que não são boa bisca.
Pesquisadores infatigáveis das zonas de sombra do conhecimento humano, simulam interesses por matérias escuras. A falsa verdade nua dum observador objectivo.
Uns e outros usam lentes de aumentar. Ambos são amantes da falsificação de relatos.
Os que se reclamam de realistas, chamam-lhe atitudes gratuitas as de uns e as de outros.
No que a mim me diz respeito, considero, quer uns quer outros, uma espécie de impostores e confesso que se me torna, de certa forma, indignante escutá-los. Para mim, são uma espécie de sucedâneos.
Quando os ouço, fico empanturrada de leviandades.
Empurram-nos sempre, querem ensinar-nos as regras e jogos da vida.
Os pessimistas por vezes têm um ar insuportável de suficiência e obrigam-nos quase sempre a pensar que se desleixam no pensamento, julgando que também os outros não se sentem cansados de andar por aí.
Duma maneira geral, quer uns quer outros, tomam estas atitudes para não regressarem ao tédio das vidas quotidianas. Há quem saiba que a sua vida não muda muito e dê  ligeiros retoques com estas formas de estar.
As pessoas com discurso optimista às vezes perscrutam o futuro e até o presente com sondas enlouquecidas. Têm um certo prazer, na atonia da sua  existência, encontrar prazeres especiais em dar novas vidas à vida.
São assim como que uma espécie de génios entrincheirados a seus próprios olhos, mensageiros da boa nova, enquanto que os pessimistas, a outra face da mesma moeda, cavalgam, muitas vezes sem ver a cabeça ao cavalo, a galope da desgraça.
Parece-me, uns e outros, terem bem mais piada que os pobres dos realistas sem muita imaginação, relatando sem brilho a realidade como se lhes afigura.
E afinal o que é a realidade?
Existe a realidade?
Toda a gente sabe que tudo o que é básico, essencial é a realidade e não é preciso estudar Filosofia para saber disto.
Ia-me quase esquecendo dum pormenorzito, é que a maioria de nós é pessimista, optimista e realista e quase ao mesmo tempo, dependendo muito das circunstâncias, no entanto do que aqui se falou foi da atitude maioritária, quase  uma característica de personalidade, salvo seja.

1 comentário:

GL disse...

E os neutros? Os que dizem nada ter a ver com o que quer que seja?
Os optimistas são-no por defesa?
Os pessimistas para exorcisar, verbalizando, medos e angústias?
Os realistas, coitados deles, para se convencerem a si próprios?
Questões/"justificações" que ficam sem resposta.
O ser humano no que tem de patético, de pateta.
Abraço.