segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

OS LUXOS OFENDEM

Sempre gostei de coisas bonitas, a estética para mim é importante. Considero que vendo coisas bonitas ficamos mais bonitos.
Não gosto de miséria. A miséria é feia e cheira mal, por isso não gosto de luxos, cheiram-me a miséria, miséria moral, gente ofensiva.
Não são só as pessoas a celebrar o luxo, também são os países.
Quando vemos países a encenar estes luxos, a gastar dinheiro a mais nas instituições é sinal que há miséria, miséria de espírito e miséria nos desvios desmedidos dos dinheiros públicos.
Luxo não é sinónimo de prosperidade.
Quem usa o luxo como poder, normalmente não discute ideias, porque não as tem.
Os luxos são uma forma de desespero que competem pela primazia entre si.
Luxos não fazem parte da lucidez, da honradez e da liberdade.
Estive sempre em trânsito entre pobres e ricos, dada a minha actividade profissional e também por classe social a que pertenço de origem e, sei que há trocas que se podem fazer, mas não estou acostumada a ver as pessoas com dinheiro a distribuí-lo por aqueles que não têm.
As relações entre os ricos são sempre mediadas por dinheiro e isso não presta, não é bom, mas também vejo muitas coisas nos pobres que não me agradam, por exemplo, não pedirem contas aos ricos e alguns pontos comuns que é o caso do cinismo e da inveja, estas duas 'características' são prestigiadas.
As pessoas que têm como ídolos o ouro, o luxo, o dinheiro, são pobres porque andam sempre em busca destes ídolos e não aceitam facilmente a grandeza dos seus semelhantes, ignoram tudo quanto é generoso
Os luxos tornam as pessoas pedantes. Pedantes são as pessoas que pretendem convencer através do que têm. Gosto de convencidos, não de pedantes.
Hoje cada vez mais se idolatram os luxos, vejam-se aqueles novos países como o Dubai, etc. que aparecem nos murais das pessoas do facebook, como sonho de férias, os mesmos  que normalmente criticam os desperdícios dos nossos poderes; os iates e as casas dos novos ricos russos e outros, os tais que fazem o capitalismo actual completamente desenfreado, em que nada lhes chega.
Hoje em dia, a maioria é desprendido das pequenas coisas, do local, do que temos.
Fica-se perturbado com o velho, com o que se pode remediar e quanto mais isso acontece, mais risco e mais morte se empresta às coisas.
A caridade não passa de um luxo, de um orgulho de feira.
As pessoas com demasiados luxos são ladrões, ladrões porque não permitem que o dinheiro circule com maior equidade e justiça.
O maior provincianismo, o mais estreitinho e faccioso é pensar-se que aquele que tem luxos, que prefere estes exotismos superficiais é um ser superior ou mais cosmopolita.
Suspeito dos que amam os luxos enfermam duma forma de sadismo encoberta e que eles próprios insistem nestas formas de vida porque são também perseguidos com essa ideia.
Obviamente que luxo não é sinónimo de beleza, de coisas bonitas.
Tenho para mim, que quanto mais nos rodearmos de beleza, melhor pensamos.

2 comentários:

Helena disse...

Nos limiraes de sobrevivência ou no luxo, não existem ética nem estética, é verdade.

Desejo-te uma boa época festiva, Homónima.

Beijos

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

oBRIGADA AMIGA, A TI DESEJO-TE ESSAS FAMOSAS FÉRIAS DE NATAL, UM BEIJO