segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

FALEMOS DE AVIÕES

O capital e quem o defende enterra-nos as unhas no cachaço, subjuga-nos e ri-se com escárnio e a maioria de nós tem medo, muito medo, desconhecendo a força que tem a união.
A luta passou o manter-se à tona no dia-a-dia.
A coragem baixou os braços e atira-se em retóricas para os que nada têm triturando os que recebem subsídios como se fossem esses os responsáveis. Admiram os ladrões e os assassinos batendo-lhes palmas.
Os valores e os princípios fazem o pino. O branco passou a preto e vice-versa.
Não há homens e mulheres a arrancarem. Não há homens e mulheres base, ficamos todos pelo caminho.
A esquerda aburguesou-se e, não raras vezes, confunde-se com a direita.
Lembram-se dum cavalheiro escritor que gastou muitas páginas e  tinta a descrever as voltas e reviravoltas que dava na cama antes de começar a dormir?
Pois então, os nossos políticos e comentadores do sistema fazem o mesmo com as palavras e eu vou-me encolhendo com tanta verborreia.
Desembrulho-me com a natureza, a música e o amor e entendo cada vez mais aqueles que dizem que as palavras não têm valor nenhum. Neste sentido, não têm mesmo.
A vida é breve, precisamos neste átrio da vida de beijos, muitos e, íntimos amigos.
Eu sei e muitos de nós sabemos que a razão nos aprisiona.
Galileu viveu aprisionado nove anos numa casa perto de Florença (1633-1642), aprisionado da razão, contou-me o Bertold Brecht.

Ando cá desconfiada de que quando falamos de aviões ou aparentados é que mais nos civilizamos.

Sem comentários: