sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

PLÁTANOS

St George's Gardens - LondresA meio caminho entre Russell Square e King's Cross encontra-se, escondido entre prédios, um cemitério morto que é uma apoteose de vida. Cemitério morto porque desde há mais de século e meio ninguém lá é enterrado; e vivo por causa das árvores e de toda a fauna de insectos, pássaros e esquilos que lhe está associada. Não ultrapassa um hectare de área, mas é bem mais valioso do que aqueles jardins e parques, mesmo que amplos, onde as árvores nunca são autorizadas a crescer.

Conta a placa no local que o cemitério, um dos primeiros na Grã-Bretanha a não ficarem anexos a uma igreja, foi aberto em 1713 num terreno descampado. Em 1855, quando o cemitério teve de encerrar por sobrelotação, a cidade tinha crescido desmesuradamente a toda à volta. Rebaptizado como St George's Gardens, reabriu em 1885 como jardim público ao gosto vitoriano, mantendo-se os já então seculares plátanos a pontuar os meandros dos caminhos.

De formato rectangular truncado, alongando-se por 200 m no sentido este-oeste, com um acesso no extremo oeste e mais dois no extremo oposto, o jardim, além de nos induzir ao descanso com os bancos bem servidos de sombra, funciona como atalho aprazível, surpreendente ao primeiro encontro, para quem se desloque a pé.
 E o meu plátano

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