sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

MANUEL DE BARROS

A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.


Nesse ponto
sou abastado.

Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.

Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.

Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.

RETRATO DO ARTISTA QUANDO COISA  Manoel de Barros
 
 

Sem comentários: