quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
REFLXÕES NOCTURNAS
As pessoas precisam de falar qualquer coisa de vez em quando.
Há pessoas que utilizam o vocabulário como um uniforme reduzindo-o ao extremo.
Muitas vezes não sabemos nem sequer dizer o que esperamos dos outros, da vida, que revelação, que apaziaguamento.
Há quem insista que o apaziaguamento vem de dentro, mas o de dentro também se mistura com o que vem de fora e conseguir que este mecanismo funcione sem enferrujar é quase um desporto como outro qualquer.
A raiva da impotência existe. A incapacidade de mandar na saúde, na felicidade dos que amamos.
E vamos caminhando assim em direcção às maiores audácias, não definindo muito bem quais.
Ainda se sabe o que a inteligência significa?
Há pessoas que utilizam o vocabulário como um uniforme reduzindo-o ao extremo.
Muitas vezes não sabemos nem sequer dizer o que esperamos dos outros, da vida, que revelação, que apaziaguamento.
Há quem insista que o apaziaguamento vem de dentro, mas o de dentro também se mistura com o que vem de fora e conseguir que este mecanismo funcione sem enferrujar é quase um desporto como outro qualquer.
A raiva da impotência existe. A incapacidade de mandar na saúde, na felicidade dos que amamos.
E vamos caminhando assim em direcção às maiores audácias, não definindo muito bem quais.
Ainda se sabe o que a inteligência significa?
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
domingo, 4 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
FACTURA
Sinto-me grávida de tristeza.
Tristeza em parcelas que fazem uma factura com muito peso.
Não consigo parir nenhuma destas parcelas.
Há coisas que não se podem mudar. às vezes falta-nos um só ser e o mundo fica despovoado.
Quando o mundo nos falta mesmo, ninguém pode repovoá-lo.
Pareço-me com um marinheira debruçada na amurada a olhar a costa que se afasta.
Já não durmo como uma criança e às vezes é impossível ter uma opinião mesmo sobre o sol-poente.
Tristeza em parcelas que fazem uma factura com muito peso.
Não consigo parir nenhuma destas parcelas.
Há coisas que não se podem mudar. às vezes falta-nos um só ser e o mundo fica despovoado.
Quando o mundo nos falta mesmo, ninguém pode repovoá-lo.
Pareço-me com um marinheira debruçada na amurada a olhar a costa que se afasta.
Já não durmo como uma criança e às vezes é impossível ter uma opinião mesmo sobre o sol-poente.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
sábado, 26 de novembro de 2016
Entrevista a Fidel Castro por Ignacio Ramonet
MORREU FIDEL, O MEU ÍDOLO, SE ALGUMA VEZ TIVESSE ÍDOLOS SERIA ESTE, SEM DÚVIDA
domingo, 20 de novembro de 2016
terça-feira, 15 de novembro de 2016
EXPLOSÃO DE EMOÇÕES
Sinto-me uma orquestra a tocar música barroca.
Incríveis sonoridades estas que me avassalam.
Mais uma noite de registo agudo.
Não descobri agora com a força duma revelação a oposição entre o bem e o mal, mas descobri talvez um profundo desconhecimento das pessoas e esta minha antiga linhagem de distrações. Desconheço se é efeito ou causa para encarar as realidades demasiado ásperas.
Incríveis sonoridades estas que me avassalam.
Mais uma noite de registo agudo.
Não descobri agora com a força duma revelação a oposição entre o bem e o mal, mas descobri talvez um profundo desconhecimento das pessoas e esta minha antiga linhagem de distrações. Desconheço se é efeito ou causa para encarar as realidades demasiado ásperas.
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
domingo, 6 de novembro de 2016
A SPRAY NAS PAREDES
Reconstrução é o que era.
Irrito-me em todas as línguas.
Nem o meu desporto preferido- viajar - posso praticar.
A impotência e a raiva tomam conta de tudo.
Os animais acalmam-me.
Parece-me que estamos em guerra, temos que lutar por tudo.
A razão é esmagada e a inteligência também.
Aquela frase "conseguimos habituar-nos a tudo" ainda não me habita.
Sinto que estou a exceder-me.
Encomendar-me-ei mentiras optimistas.
Irrito-me em todas as línguas.
Nem o meu desporto preferido- viajar - posso praticar.
A impotência e a raiva tomam conta de tudo.
Os animais acalmam-me.
Parece-me que estamos em guerra, temos que lutar por tudo.
A razão é esmagada e a inteligência também.
Aquela frase "conseguimos habituar-nos a tudo" ainda não me habita.
Sinto que estou a exceder-me.
Encomendar-me-ei mentiras optimistas.
sábado, 5 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
domingo, 30 de outubro de 2016
sábado, 29 de outubro de 2016
terça-feira, 25 de outubro de 2016
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
sábado, 22 de outubro de 2016
domingo, 16 de outubro de 2016
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
terça-feira, 11 de outubro de 2016
domingo, 9 de outubro de 2016
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
terça-feira, 4 de outubro de 2016
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
QUANDO O OLHAR TEM O PAPEL DE OUVIR
Vivemos numa época em que cada qual fala para si mesmo na companhia de muitos outros.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
terça-feira, 6 de setembro de 2016
domingo, 28 de agosto de 2016
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
domingo, 14 de agosto de 2016
domingo, 7 de agosto de 2016
sexta-feira, 29 de julho de 2016
quinta-feira, 28 de julho de 2016
terça-feira, 19 de julho de 2016
quarta-feira, 13 de julho de 2016
domingo, 12 de junho de 2016
quarta-feira, 1 de junho de 2016
terça-feira, 17 de maio de 2016
quarta-feira, 11 de maio de 2016
terça-feira, 10 de maio de 2016
MISSIVAS AO MEU PAÍS
4ª MISSIVA
Querido País,
Onde é que a gente ia?
Tu finges que dormes.
A partir de que idade é que deixaste de ser meu cúmplice.
Ainda não me desapareceste da vida. O problema é que não te esqueço e transporto-te comigo.
Apetecia-me não pensar em ti, mas todos os dias me entras pelos sentidos adentro. Se um dia deixo de acreditar em ti vai ser o cabo dos trabalhos.
Seis anos despovoaram-te, mas nestes últimos nota-se muito.
Demoras séculos a remoer os assuntos, pareces doente mental, aliás há muita gente que te considera atrasadinho, sabias?
Antes tinha sonhos em que voava e nem precisava de abrir os braços, bastava um pulinho.
Andas mal da próstata?
Disseram-me que mijas muito e às pinguinhas.
O que se passa?
Momentos há em que a dimensão da ignorância em que me deixas me magoa muito.
Deixaste de ter cabeça?
Só te vejo os pingos nessa parte do corpo, já que não costumas usar guarda-chuva.
Sei, estás a tentar-me dizer alguma coisa antiga, meio esquecida, honorabilidade disseste?
Não sei se é porque a palavra anda esquecida há muito, estás com os molares a chinelar, mas porquê?
Não te modernizaste? Agora até tens rotundas nas aldeias e nas autoestradas aldeias.
Parece que te escuto, disseste "explicando-me compreender-me-ias ainda menos".
Foi isso que disseste?
foto de Isabel Maria Mendes Ferreira
Querido País,
Onde é que a gente ia?
Tu finges que dormes.
A partir de que idade é que deixaste de ser meu cúmplice.
Ainda não me desapareceste da vida. O problema é que não te esqueço e transporto-te comigo.
Apetecia-me não pensar em ti, mas todos os dias me entras pelos sentidos adentro. Se um dia deixo de acreditar em ti vai ser o cabo dos trabalhos.
Seis anos despovoaram-te, mas nestes últimos nota-se muito.
Demoras séculos a remoer os assuntos, pareces doente mental, aliás há muita gente que te considera atrasadinho, sabias?
Antes tinha sonhos em que voava e nem precisava de abrir os braços, bastava um pulinho.
Andas mal da próstata?
Disseram-me que mijas muito e às pinguinhas.
O que se passa?
Momentos há em que a dimensão da ignorância em que me deixas me magoa muito.
Deixaste de ter cabeça?
Só te vejo os pingos nessa parte do corpo, já que não costumas usar guarda-chuva.
Sei, estás a tentar-me dizer alguma coisa antiga, meio esquecida, honorabilidade disseste?
Não sei se é porque a palavra anda esquecida há muito, estás com os molares a chinelar, mas porquê?
Não te modernizaste? Agora até tens rotundas nas aldeias e nas autoestradas aldeias.
Parece que te escuto, disseste "explicando-me compreender-me-ias ainda menos".
Foi isso que disseste?
foto de Isabel Maria Mendes Ferreira
domingo, 8 de maio de 2016
sábado, 7 de maio de 2016
CARTAS AO MEU PAÍS
terceira missiva
Querido país,
Continuo preocupada contigo, com a tua magreza.
Sempre tiveste a mania de te dares ares de país livre, mas não passas dum país peão, não discutes, obedeces, não protestas, cumpres, não te revoltas, aceitas tudo e ainda te achas abençoado e dizes que é melhor assim do que amanhecer num penedo a alvoroçar os peixes.
Tens sempre desculpas para tudo. Tenho receio de que o teu tempo se esgote.
Que mania tens de assistir às manhãs ajoelhado. Porquê ajoelhado?
Responde-me por favor.
Querido país,
Continuo preocupada contigo, com a tua magreza.
Sempre tiveste a mania de te dares ares de país livre, mas não passas dum país peão, não discutes, obedeces, não protestas, cumpres, não te revoltas, aceitas tudo e ainda te achas abençoado e dizes que é melhor assim do que amanhecer num penedo a alvoroçar os peixes.
Tens sempre desculpas para tudo. Tenho receio de que o teu tempo se esgote.
Que mania tens de assistir às manhãs ajoelhado. Porquê ajoelhado?
Responde-me por favor.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
CARTAS AO MEU PAÍS
segunda missiva
Meu querido país,
Como sabes eras um velhote de camisola interior com palito na boca muitas vezes e, mesmo assim, gostava de ti.
Um dia quiseste deixar de ter hálito a refeitório e pela mão de Mário Soares, deixaste-te ir até àquele restaurante caro, em Bruxelas, e entre pancadinhas e abraços das muitas pessoas que lá se encontravam e que se diziam tuas amigas, depois duma garrafa inteira de comemorações, saíste de lá inebriado.
Quando regressaste eras outro. Saltavas e dizias, todo contente, que nos ias apresentar uns amigos que nos iam ajudar a sair da pobreza em que sempre estivemos.
Esses "amigos" começaram logo por te emprestar dinheiro, muito dinheiro porque te queriam dependente dessa nova vida de novo rico e tu continuavas contente, muito contente, desperdiçavas tudo: canetas, carros, secretárias, enfiaste sapatos de salto alto em pés gretados, limpavas com compressas as mesinhas de cabeceira dos hospitais e julgavas que eras rico, muito rico, alguns anteriores inimigos juntaram-se-te para festas e banquetes, como sempre fazem quando sabem que sai a sorte grande a alguém e tu, de tão obnubilado do juízo que estavas, de nada te apercebias e repetias que todas essas festanças eram em benefício do povo e da economia, que era preciso nos modernizarmos que era apenas o princípio e no princípio tinha que assim ser e... foi, mas o princípio do fim.
Os teus amigos de Bruxelas continuavam que nem esgotos a bolsar e nem sequer te lembravam que tinhas que pagar isso tudo com juros muito altos ou te ficavam com a casa, família e tudo.
E neste tempo que viajo a uma boneca sem pernas, é curioso como episódios que cuidamos perdidos voltam à tona, e continuo até à medula a ver vespas e gafanhotos nesta terra, ´
e tudo tão claro.
Querido país eu sei, talvez com toda a infância na cara, que te sentes arrependido, embora teimes em dizer que não porque te sentes envergonhado de teres falhado e por muito que penses em reparar a situação já quase nem te revês naquilo que és de facto.
Os teus falsos amigos tomaram-te conta do lar e querem expulsar-te, agora apenas te recomendam chá de tília para a insónia e depressão.
Meu querido país,
Como sabes eras um velhote de camisola interior com palito na boca muitas vezes e, mesmo assim, gostava de ti.
Um dia quiseste deixar de ter hálito a refeitório e pela mão de Mário Soares, deixaste-te ir até àquele restaurante caro, em Bruxelas, e entre pancadinhas e abraços das muitas pessoas que lá se encontravam e que se diziam tuas amigas, depois duma garrafa inteira de comemorações, saíste de lá inebriado.
Quando regressaste eras outro. Saltavas e dizias, todo contente, que nos ias apresentar uns amigos que nos iam ajudar a sair da pobreza em que sempre estivemos.
Esses "amigos" começaram logo por te emprestar dinheiro, muito dinheiro porque te queriam dependente dessa nova vida de novo rico e tu continuavas contente, muito contente, desperdiçavas tudo: canetas, carros, secretárias, enfiaste sapatos de salto alto em pés gretados, limpavas com compressas as mesinhas de cabeceira dos hospitais e julgavas que eras rico, muito rico, alguns anteriores inimigos juntaram-se-te para festas e banquetes, como sempre fazem quando sabem que sai a sorte grande a alguém e tu, de tão obnubilado do juízo que estavas, de nada te apercebias e repetias que todas essas festanças eram em benefício do povo e da economia, que era preciso nos modernizarmos que era apenas o princípio e no princípio tinha que assim ser e... foi, mas o princípio do fim.
Os teus amigos de Bruxelas continuavam que nem esgotos a bolsar e nem sequer te lembravam que tinhas que pagar isso tudo com juros muito altos ou te ficavam com a casa, família e tudo.
E neste tempo que viajo a uma boneca sem pernas, é curioso como episódios que cuidamos perdidos voltam à tona, e continuo até à medula a ver vespas e gafanhotos nesta terra, ´
e tudo tão claro.
Querido país eu sei, talvez com toda a infância na cara, que te sentes arrependido, embora teimes em dizer que não porque te sentes envergonhado de teres falhado e por muito que penses em reparar a situação já quase nem te revês naquilo que és de facto.
Os teus falsos amigos tomaram-te conta do lar e querem expulsar-te, agora apenas te recomendam chá de tília para a insónia e depressão.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
MISSIVAS AO MEU PAÍS
primeira carta:
Meu querido país,
Há ocasiões como esta que me sinto perto das frases para te compreender mas respondes-me a fingir que me escutas que quase me apetece deixar de conversar.
Vou fazer de conta que continuamos, fica sempre tanto para dizer, tanto silêncio no meio de tudo.
Estava a dizer- te que ao fim de tanto tempo se substituem os artistas como se muda de vento.
Sei que apesar de tudo me escutas, embora faças de conta e aches uma conversa sem nexo.
Resistem-me certas doçuras de memória.
Não quero cair na asneira de mágoas secretas, mas que me tens decepcionado muito, tens.
Antes tínhamos dúvidas no que viríamos a ser, hoje essas dúvidas vão-se dissipando e sobre ti começo a ter algumas certezas.
Dizias-me há muito tempo, enquanto caminhavas com passos inseguros, quero ser grande, quero que concordem comigo, quero ter direitos ao mesmo tempo que terei deveres.
Cresceste e tens uma mala cheia de articulações disfuncionais, tens dívidas e os credores pedem-te a alma.
Que é feito de ti meu querido país?
Por onde andas?
Encontro-te tão pouco. Dá-me notícias.
Meu querido país,
Há ocasiões como esta que me sinto perto das frases para te compreender mas respondes-me a fingir que me escutas que quase me apetece deixar de conversar.
Vou fazer de conta que continuamos, fica sempre tanto para dizer, tanto silêncio no meio de tudo.
Estava a dizer- te que ao fim de tanto tempo se substituem os artistas como se muda de vento.
Sei que apesar de tudo me escutas, embora faças de conta e aches uma conversa sem nexo.
Resistem-me certas doçuras de memória.
Não quero cair na asneira de mágoas secretas, mas que me tens decepcionado muito, tens.
Antes tínhamos dúvidas no que viríamos a ser, hoje essas dúvidas vão-se dissipando e sobre ti começo a ter algumas certezas.
Dizias-me há muito tempo, enquanto caminhavas com passos inseguros, quero ser grande, quero que concordem comigo, quero ter direitos ao mesmo tempo que terei deveres.
Cresceste e tens uma mala cheia de articulações disfuncionais, tens dívidas e os credores pedem-te a alma.
Que é feito de ti meu querido país?
Por onde andas?
Encontro-te tão pouco. Dá-me notícias.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
terça-feira, 26 de abril de 2016
sábado, 23 de abril de 2016
terça-feira, 19 de abril de 2016
sábado, 16 de abril de 2016
sexta-feira, 15 de abril de 2016
domingo, 10 de abril de 2016
sexta-feira, 8 de abril de 2016
de Amadeu Baptista
Veneza é um lugar em que tudo pode acontecer, por desabridos
que possamos ser nesta viagem quase imaginária
em que procuramos a paz e só a desavença nos persegue.
A um poeta pouco cabe além de enaltecer a luz
para poder guardar-te em recônditos abismos, a bruma
que se estende pelos canais, os festões que enganalam as janelas,
a memória da noite em que nos perdemos entre Torcello
e San Michele, a ilha dos ciprestes de onde Ezra Pound nos acena
e Stravinsky compõe a última sagração da primavera, com os ossos
para sempre abandonados ao infinito alvoroço da eternidade.
Longe de casa, numa cidade corroída pela água,
o que fazemos, com as lágrimas nos olhos?
em Fragmentos de Veneza
que possamos ser nesta viagem quase imaginária
em que procuramos a paz e só a desavença nos persegue.
A um poeta pouco cabe além de enaltecer a luz
para poder guardar-te em recônditos abismos, a bruma
que se estende pelos canais, os festões que enganalam as janelas,
a memória da noite em que nos perdemos entre Torcello
e San Michele, a ilha dos ciprestes de onde Ezra Pound nos acena
e Stravinsky compõe a última sagração da primavera, com os ossos
para sempre abandonados ao infinito alvoroço da eternidade.
Longe de casa, numa cidade corroída pela água,
o que fazemos, com as lágrimas nos olhos?
em Fragmentos de Veneza
quarta-feira, 6 de abril de 2016
FRASES E PENSAMENTOS
“Porque a todos é concedido ver, mas a poucos é dado perceber. Todos veem o que tu aparentas ser, poucos percebem aquilo que tu és.”
― Nicolau Maquiavel
― Nicolau Maquiavel
terça-feira, 5 de abril de 2016
ESSA GENTE
Esta Gente / Essa Gente
O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente
Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente
Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente
Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente
O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente
que atire fora com essa gente
Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente
NENHUMA!
A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente
Ana Hatherly
sombras
há dias em que me considero uma sombra de mim própria
estado depressivo?
não, apenas uma enorme tristeza.
estado depressivo?
não, apenas uma enorme tristeza.
domingo, 3 de abril de 2016
A PROPÓSITO DUM CONGRESSO ESPINHENSE
Os políticos estão sempre à beira das palavras.
São peões entre dúzias de peões, obedecem normalmente e não protestam.
Cumprem ordens e dão ordens mas gostam de protagonismos e desfilar nas passerelles.
Dão ares de pessoas livres sobretudo quando não se permitem recusar seja o que for.
Dão-me sempre a ideia que têm pavor que o tempo deles se esgote.
Enquanto falam fazem contas à percentagem que vão ter.
Alguns, muitos, despenham-se do parapeito de si mesmos.
São peões entre dúzias de peões, obedecem normalmente e não protestam.
Cumprem ordens e dão ordens mas gostam de protagonismos e desfilar nas passerelles.
Dão ares de pessoas livres sobretudo quando não se permitem recusar seja o que for.
Dão-me sempre a ideia que têm pavor que o tempo deles se esgote.
Enquanto falam fazem contas à percentagem que vão ter.
Alguns, muitos, despenham-se do parapeito de si mesmos.
sexta-feira, 1 de abril de 2016
quinta-feira, 31 de março de 2016
quarta-feira, 30 de março de 2016
SÓ DESGRAÇAS!
apenas dois pensamentos:
São tantas as desgraças que se falarmos das nacionais até parecemos egocêntricos, mas não, não somos, a escala é que é diferente.
O que tem de interessante matar? No entanto tem, senão não se matava tanto e tão premeditadamente.
São tantas as desgraças que se falarmos das nacionais até parecemos egocêntricos, mas não, não somos, a escala é que é diferente.
O que tem de interessante matar? No entanto tem, senão não se matava tanto e tão premeditadamente.
segunda-feira, 28 de março de 2016
TAMBÉM SÃO PESSOAS
Numa leitura humilde e activa deste mundo, acho-o tenebroso, horrível, incompreensível.
Não sei se o mundo antigo por mim não ter sido vivido, foi menos mau que este, duvido que assim tenha sido.
Há pessoas que parecem esgotos a bolsar.
Esta gente é distraída de gente e distraída de si própria.
Esta gente com vidas a meio, com almas sempre a meio mata dezenas, centenas com toda a infância na cara.
Esta gente tem medo do medo.
Esta gente também é gente, nasceu, teve pai e mãe, foi alimentada por mama ou biberão.
Esta gente onde fervem ódios ignorando os porquês, até são pessoas e é isso que dói.
Dói muito.
Não sei se o mundo antigo por mim não ter sido vivido, foi menos mau que este, duvido que assim tenha sido.
Há pessoas que parecem esgotos a bolsar.
Esta gente é distraída de gente e distraída de si própria.
Esta gente com vidas a meio, com almas sempre a meio mata dezenas, centenas com toda a infância na cara.
Esta gente tem medo do medo.
Esta gente também é gente, nasceu, teve pai e mãe, foi alimentada por mama ou biberão.
Esta gente onde fervem ódios ignorando os porquês, até são pessoas e é isso que dói.
Dói muito.
domingo, 27 de março de 2016
sábado, 26 de março de 2016
GUARDAREI MEMÓRIAS EM LATAS DE GRÃO-DE-BICO
Estendem a sua cultura geral pelas hostes analfabetas ou quase.
Quando me saem os óculos tortos do bolso e se me desbota a memória, fica-me pouco, muito pouco do que soube porque nem saber que soube às vezes sei.
Ao longo das nossas existências, eliminamos muita gente e degolamos memórias também.
Os saberes diminuem à medida que os centímetros encurtam.
No meu caso, a memória selectiva recorda-me uma infância querida e alguns anos de vida adulta com vespas incomodativas que tento sacudir.
Vasculho a memória e em certas alturas nada encontro, momentos há que salto muitas, desorganizadamente e das arrumações faço queimadas irreparáveis.
Conheço gente que continua a colocar enchumaços naquilo que diz para as curvas serem mais perfeitas.
E vou calando dentro de mim com juízos baixinhos e gasta-se a vida a andar ao acaso.
Começo com remoinhos no pensamento e acabo com remoinhos, como de areia se tratasse, mas o que se torna curioso é como episódios internos que julgamos perdidos vêm à tona.
Incomodam-me exibicionistas no côncavo do silêncio, memória que me regressa, bufo-lhes mas não lhes faço frente enquanto piam.
Vou começar a guardar memórias em caixas de grão-de-bico já que a minha idade continua a oscilar.
Quando me saem os óculos tortos do bolso e se me desbota a memória, fica-me pouco, muito pouco do que soube porque nem saber que soube às vezes sei.
Ao longo das nossas existências, eliminamos muita gente e degolamos memórias também.
Os saberes diminuem à medida que os centímetros encurtam.
No meu caso, a memória selectiva recorda-me uma infância querida e alguns anos de vida adulta com vespas incomodativas que tento sacudir.
Vasculho a memória e em certas alturas nada encontro, momentos há que salto muitas, desorganizadamente e das arrumações faço queimadas irreparáveis.
Conheço gente que continua a colocar enchumaços naquilo que diz para as curvas serem mais perfeitas.
E vou calando dentro de mim com juízos baixinhos e gasta-se a vida a andar ao acaso.
Começo com remoinhos no pensamento e acabo com remoinhos, como de areia se tratasse, mas o que se torna curioso é como episódios internos que julgamos perdidos vêm à tona.
Incomodam-me exibicionistas no côncavo do silêncio, memória que me regressa, bufo-lhes mas não lhes faço frente enquanto piam.
Vou começar a guardar memórias em caixas de grão-de-bico já que a minha idade continua a oscilar.
sexta-feira, 25 de março de 2016
quinta-feira, 24 de março de 2016
NA ASA DO SER
Todos temos reservas quase inesgotáveis e desconhecidas.
Quando as nossas paixões abrem falência tudo se complica e aí sim, há que recear.
São tantas as aspirações, tanta a luta que quase dão a volta ao mundo.
Este era o tempo dos mantos roxos a tapar os santos da minha infância.
O mundo voltou a estar em ruínas e não são as ruínas dos velhos as maiores, mas as dos jovens a quem lhes mataram o futuro.
Os poderes vários perverteram muitos jovens.
O desemprego a que estão votados cria-lhes modos de vida de verdadeiro desinteresse e hostis a si próprios.
Há ressentimentos vários que revolucionam os espíritos.
E os mantos roxos e os Cristos com 4 espadas de um lado e três do outro, assaltam-me o espírito
As pessoas deixam-se absorver pelo estado de ânimo do mundo, das multidões que fazem o mundo que são um organismo vivo.
Todos nós temos causas in(justificáveis) para cristalizarmos, basta vivermos num país que há muito não é soberano, que é um feudo.
Enquanto portugueses fomos livrados de sermos anexados a Castela, vendidos a Fez, deportados para Amesterdão, mas vencemos em Aljubarrota.
Pertencemos ao grupo das sociedades em ruínas.
Actualmente, somos um povo que apenas defende as normas de autoconservação e mal.
Falta-nos a unidade entre a teoria e a prática.
Persiste-se na mentira com vista a legitimá-la.
No que a mim diz respeito e ao contrário do país, detesto rodear-me de satélites, de inferior inteligência, a exibir o seu ofício de lisonja.
Estandartes roxos nas ruas a tilintar ao vento.
Quando as nossas paixões abrem falência tudo se complica e aí sim, há que recear.
São tantas as aspirações, tanta a luta que quase dão a volta ao mundo.
Este era o tempo dos mantos roxos a tapar os santos da minha infância.
O mundo voltou a estar em ruínas e não são as ruínas dos velhos as maiores, mas as dos jovens a quem lhes mataram o futuro.
Os poderes vários perverteram muitos jovens.
O desemprego a que estão votados cria-lhes modos de vida de verdadeiro desinteresse e hostis a si próprios.
Há ressentimentos vários que revolucionam os espíritos.
E os mantos roxos e os Cristos com 4 espadas de um lado e três do outro, assaltam-me o espírito
As pessoas deixam-se absorver pelo estado de ânimo do mundo, das multidões que fazem o mundo que são um organismo vivo.
Todos nós temos causas in(justificáveis) para cristalizarmos, basta vivermos num país que há muito não é soberano, que é um feudo.
Enquanto portugueses fomos livrados de sermos anexados a Castela, vendidos a Fez, deportados para Amesterdão, mas vencemos em Aljubarrota.
Pertencemos ao grupo das sociedades em ruínas.
Actualmente, somos um povo que apenas defende as normas de autoconservação e mal.
Falta-nos a unidade entre a teoria e a prática.
Persiste-se na mentira com vista a legitimá-la.
No que a mim diz respeito e ao contrário do país, detesto rodear-me de satélites, de inferior inteligência, a exibir o seu ofício de lisonja.
Estandartes roxos nas ruas a tilintar ao vento.
quarta-feira, 23 de março de 2016
NÃO ENTENDO
Não entendo esta cultura de morte por jovens europeus que são recrutados pelo DAESH para matarem inocentes, fazendo-se explodir.
Muitos começam por ser delinquentes e acabam por mudar de nome e matar indiscriminadamente pessoas. Por ódio ao mundo em que vivem? Pelo mito do herói?
Porquê? Porquê?
O mal pelo mal.
Muitos começam por ser delinquentes e acabam por mudar de nome e matar indiscriminadamente pessoas. Por ódio ao mundo em que vivem? Pelo mito do herói?
Porquê? Porquê?
O mal pelo mal.
segunda-feira, 21 de março de 2016
JOSÉ RÉGIO NO DIA DA POESIA
Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'
domingo, 20 de março de 2016
sábado, 19 de março de 2016
sexta-feira, 18 de março de 2016
quinta-feira, 17 de março de 2016
PEDRA ROLADA COM ARESTAS
Mediam-me/meço-me.
Vento com ossos relutantes e músculos endurecidos.
Momentos de silêncio são-me preciosos.
A tarde dilui-se em vários tons entre o nostálgico e o sonho.
O mundo eriça-se.
Envelhece-se depressa.
Há dias em que decido não ser fada.
O que mais há são idiotas e alturas em que me sinto aparentada.
Os objectos tornam-se familiares quando estamos gastos ou é ao contrário?
Em noites de insónia folheia-se o passado, o presente e o futuro.
Desaparece tudo o que mexe e o que está parado como a tampa da caneta também desaparece.
Encontro-me no vértice das escadas e é um sítio esquisito este.
O tempo não existe eu sei, mas não me parece prestável esse conhecimento.
Contemplo a noite que se faz dia nos estremeções da vida.
pensamentos soltos nesta madrugada que aqui te deixo
beijo-te
Vento com ossos relutantes e músculos endurecidos.
Momentos de silêncio são-me preciosos.
A tarde dilui-se em vários tons entre o nostálgico e o sonho.
O mundo eriça-se.
Envelhece-se depressa.
Há dias em que decido não ser fada.
O que mais há são idiotas e alturas em que me sinto aparentada.
Os objectos tornam-se familiares quando estamos gastos ou é ao contrário?
Em noites de insónia folheia-se o passado, o presente e o futuro.
Desaparece tudo o que mexe e o que está parado como a tampa da caneta também desaparece.
Encontro-me no vértice das escadas e é um sítio esquisito este.
O tempo não existe eu sei, mas não me parece prestável esse conhecimento.
Contemplo a noite que se faz dia nos estremeções da vida.
pensamentos soltos nesta madrugada que aqui te deixo
beijo-te
NATÁLIA CORREIA SEMPRE
QUEIXA DAS ALMAS JOVENS CENSURADAS
...
Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro
Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras dos avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante
Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte.
...
Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro
Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras dos avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante
Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte.
quarta-feira, 16 de março de 2016
ANDAVA TRISTE - disseram
MORREU NICOLAU BREYNER NA PASSADA SEGUNDA FEIRA DE ENFARTE DE MIOCÁRDIO
Os amores
Foi também um homem de muitos amores. Casou quatro vezes e garantia que de todos os enlaces sobrou sempre a amizade. No fim da vida, há um mês, em tom de brincadeira garantiu que agora vivia “em união de facto com Movie”, o seu cão.
“Aprendi a divertir-me com pequenas coisas, como passear o meu cão, com quem habito”, confessava, divertido.
Rádio Renascença
UM HOMEM SÓ, DIGO EU.
A TRISTEZA VAI MATANDO
Os amores
Foi também um homem de muitos amores. Casou quatro vezes e garantia que de todos os enlaces sobrou sempre a amizade. No fim da vida, há um mês, em tom de brincadeira garantiu que agora vivia “em união de facto com Movie”, o seu cão.
“Aprendi a divertir-me com pequenas coisas, como passear o meu cão, com quem habito”, confessava, divertido.
Rádio Renascença
UM HOMEM SÓ, DIGO EU.
A TRISTEZA VAI MATANDO
domingo, 13 de março de 2016
sábado, 12 de março de 2016
quarta-feira, 9 de março de 2016
terça-feira, 8 de março de 2016
segunda-feira, 7 de março de 2016
sexta-feira, 4 de março de 2016
SOCIEDADES PODRES
Tornou-se normal o anormal, evidentemente que dito assim até parece que o normal é para levar a sério?
A democracia portuguesa tem 40 anos, é bastante nova, novíssima, não obstante está em ruínas.
Tanta gente hostil aos interesses do povo! A ditadura fascista criou ditadores.
Não se mudaram as estruturas, apenas houve preocupação numa sociedade mais justa e foi o que se vê.
O povo desconfia dos que o governam, com todo o direito, diga-se.
É a única vantagem que nos resta.
A sociedade tornou-se agressiva, onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão.
Antes o país era um feudo e agora o que é?
O jardim de alguns?
O Estado está hipotecado e continua a assumir dívidas de privados como porta-estandarte da justiça de classe.
Autoridades subornáveis. Presidente protecionista das obras de ruína.
Qualquer ambicioso que desponta pode chegar a banqueiro ou a ministro, lugares de aquecimento para carreiras internacionais, que a máfia globalizou-se.
A sensibilidade nacional parece ser regida por normas de autoconservação e as aspirações estão ao nível de terem dinheiro para as prestações a pagar e para a comida.
Falta a este povo a unidade entre a teoria e a prática, queixa-se e muito mas a sua prática não é consentânea com aquilo que apregoa.
A democracia portuguesa tem 40 anos, é bastante nova, novíssima, não obstante está em ruínas.
Tanta gente hostil aos interesses do povo! A ditadura fascista criou ditadores.
Não se mudaram as estruturas, apenas houve preocupação numa sociedade mais justa e foi o que se vê.
O povo desconfia dos que o governam, com todo o direito, diga-se.
É a única vantagem que nos resta.
A sociedade tornou-se agressiva, onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão.
Antes o país era um feudo e agora o que é?
O jardim de alguns?
O Estado está hipotecado e continua a assumir dívidas de privados como porta-estandarte da justiça de classe.
Autoridades subornáveis. Presidente protecionista das obras de ruína.
Qualquer ambicioso que desponta pode chegar a banqueiro ou a ministro, lugares de aquecimento para carreiras internacionais, que a máfia globalizou-se.
A sensibilidade nacional parece ser regida por normas de autoconservação e as aspirações estão ao nível de terem dinheiro para as prestações a pagar e para a comida.
Falta a este povo a unidade entre a teoria e a prática, queixa-se e muito mas a sua prática não é consentânea com aquilo que apregoa.
quarta-feira, 2 de março de 2016
PAPAGUEIAM-SE AS MESMAS COISAS TODA A VIDA
Agora aparecem uma nova espécie de musas, que se entusiasmam, exaltam-se com os mercados e com os números.
Antigamente estas senhoras estariam em casa a fazer bordados, hoje aparecem nas mesas redondas e até rectangulares a fazer análises ou como administradoras do Banco de Portugal como é o caso da Srª Teodora Cardoso.
Antigamente, muito antigamente, era aos poetas que se permitia irresponsabilidade, mas hoje essa permissão foi transferida para os economistas, presidentes de todas as repúblicas e ministros vários, incluindo os primeiros.
Cansa-me tanta estupidez acumulada.
Papagueiam as mesmas inépcias que nada têm a ver com felicidade.
Será impostura, penso.
Será desleixo?
Desleixo da própria dignidade pode ser, suponho.
Não distinguem o acessório do essencial, pergunto-me mas depois ouço a frase assassina duma amiga que me dizia quando queria insultar a sério alguém: sabes, eles também são pessoas.
Antigamente estas senhoras estariam em casa a fazer bordados, hoje aparecem nas mesas redondas e até rectangulares a fazer análises ou como administradoras do Banco de Portugal como é o caso da Srª Teodora Cardoso.
Antigamente, muito antigamente, era aos poetas que se permitia irresponsabilidade, mas hoje essa permissão foi transferida para os economistas, presidentes de todas as repúblicas e ministros vários, incluindo os primeiros.
Cansa-me tanta estupidez acumulada.
Papagueiam as mesmas inépcias que nada têm a ver com felicidade.
Será impostura, penso.
Será desleixo?
Desleixo da própria dignidade pode ser, suponho.
Não distinguem o acessório do essencial, pergunto-me mas depois ouço a frase assassina duma amiga que me dizia quando queria insultar a sério alguém: sabes, eles também são pessoas.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
ANÁLISE DUM ANALISTA FRANCÊS AO JYHADISMO
QUANDO OS JIHADISTAS ERAM NOSSO AMIGOS - DENIS SOUCHON
resumo:
. Abril-Maio 1975 - derrota estrondosa dos E.U. na Indochina
. Dezembro de 1981 - estado de emergência proclamado na Polónia em seguimento da queda em cadeia dos países satélites da União Soviética. Nesta altura os E.U. fazem crer que Moscovo lançou uma grande ofensiva mundial.
Em África os recém independentes Angola e Moçambique dão uma ajuda.
. 1979 - invasão do Afeganistão pela União Soviética.
O combate dos mujahidines (combatentes da fé na jihad) afegãos vai ser visto como providencial para contrariar as ambições hegemónicas associadas à União Soviética. E, muitas vezes, será celebrado recorrendo ao registo da epopeia e muito se teria a dizer sobre isto.
Diz DS que passados 35 anos revistar o discurso dos franceses e não só permite avaliar até que ponto quase tudo o que outrora suscitava admiração quando estava em causa popularizar o combate contra o 'Império do Mal', a União Soviética segundo Ronald Reagan, se ter fonte de pavor.
Em 1980 e 1988, as proezas dos combatentes de fé contra o Exército Vermelho eram aplaudidas.
Na década seguinte, todos eles, talibãs, Al-Qaeda, OEI foram considerados fanáticos e loucos.
O jordano Abu Mussab Al-Zarkaui, considerado o pai da OEI, chegou ao Afeganistão quando o exército vermelho se retirava, em 1993. Ossama Bin Lada foi despachado pelos serviços secretos sauditas para Peshawar no Paquistão, a fim de apoiar a luta dos mujahidines. O argelino Molkhtar Belmokhtar da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), partiu também para perseguir os aliados afegãos da União Soviética no fim da década de 1980.
Portanto enquanto estes grupos seguiram os desígnios estratégicos do Ocidente, eram apoiados.
A comunicação Social europeia e americana falou as suas motivações extremistas religiosas.
- 3 de Fevereiro de 1980, algumas semanas depois da intervenção militar da União Soviética no Afeganistão, Zhiggniew Brzezinski, conselheiro para as questões da segurança do presidente americano Jimmy Carter, desloca-se ao Paquistão- Dirigindo-se aos mujahidines refugiados do outro lado da fronteira, promete-lhes: "Esta terra, ali, é vossa. Um dia hão-de regressar a ela, porque o vosso combate vai triunfar: nessa altura vão reencontrar as vossas casas e as vossas mesquitas. A vossa causa é justa. Deus estado vosso lado"
O discurso mediático francês relativo ao Afeganistão vai então favorecer o objectivo geopolítico americano.
Os afegãos só têm armas, tanques, helicópteros, etc porque os americanos lhas forneceram para combater os soviéticos.
. 1980 - "O que está a morrer em Cabul, sob a bota soviética, é uma sociedade de homens nobres e livres" - Patrice de Plunkett - Le Figaro Magazine, 13 de Setembro de 1980.
.1984- 19 de Dezembro, Danielle Tramar evoca alguns dos franceses que "trabalham com os resistentes afegãos". Na época, não há qualquer receio de que estes combatentes estrangeiros regressem ao seu país 'radicalizados' pela experiência da guerra.
Em resumo, o islão deles era melhor do que o comunismo â soviética, afirmava Jean Daniel em 16 de Junho de 1980 ao Le Nouvel Observateur.
. 15 de Outubro de 1998- Le Nouvel Observateur pergunta a Zbigniew Brzezinski se não se arrepende de ter favorecido o fundamentalismo islamita, de ter dado armas e conselhos a futuros terroristas.
Resposta: "O que é que é mais importante na perspectiva da história mundial? Os talibãs ou a queda do império soviético? Alguns islamitas excitados ou a libertação da Europa Central e o fim da Guerra Fria?"
resumo:
. Abril-Maio 1975 - derrota estrondosa dos E.U. na Indochina
. Dezembro de 1981 - estado de emergência proclamado na Polónia em seguimento da queda em cadeia dos países satélites da União Soviética. Nesta altura os E.U. fazem crer que Moscovo lançou uma grande ofensiva mundial.
Em África os recém independentes Angola e Moçambique dão uma ajuda.
. 1979 - invasão do Afeganistão pela União Soviética.
O combate dos mujahidines (combatentes da fé na jihad) afegãos vai ser visto como providencial para contrariar as ambições hegemónicas associadas à União Soviética. E, muitas vezes, será celebrado recorrendo ao registo da epopeia e muito se teria a dizer sobre isto.
Diz DS que passados 35 anos revistar o discurso dos franceses e não só permite avaliar até que ponto quase tudo o que outrora suscitava admiração quando estava em causa popularizar o combate contra o 'Império do Mal', a União Soviética segundo Ronald Reagan, se ter fonte de pavor.
Em 1980 e 1988, as proezas dos combatentes de fé contra o Exército Vermelho eram aplaudidas.
Na década seguinte, todos eles, talibãs, Al-Qaeda, OEI foram considerados fanáticos e loucos.
O jordano Abu Mussab Al-Zarkaui, considerado o pai da OEI, chegou ao Afeganistão quando o exército vermelho se retirava, em 1993. Ossama Bin Lada foi despachado pelos serviços secretos sauditas para Peshawar no Paquistão, a fim de apoiar a luta dos mujahidines. O argelino Molkhtar Belmokhtar da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), partiu também para perseguir os aliados afegãos da União Soviética no fim da década de 1980.
Portanto enquanto estes grupos seguiram os desígnios estratégicos do Ocidente, eram apoiados.
A comunicação Social europeia e americana falou as suas motivações extremistas religiosas.
- 3 de Fevereiro de 1980, algumas semanas depois da intervenção militar da União Soviética no Afeganistão, Zhiggniew Brzezinski, conselheiro para as questões da segurança do presidente americano Jimmy Carter, desloca-se ao Paquistão- Dirigindo-se aos mujahidines refugiados do outro lado da fronteira, promete-lhes: "Esta terra, ali, é vossa. Um dia hão-de regressar a ela, porque o vosso combate vai triunfar: nessa altura vão reencontrar as vossas casas e as vossas mesquitas. A vossa causa é justa. Deus estado vosso lado"
O discurso mediático francês relativo ao Afeganistão vai então favorecer o objectivo geopolítico americano.
Os afegãos só têm armas, tanques, helicópteros, etc porque os americanos lhas forneceram para combater os soviéticos.
. 1980 - "O que está a morrer em Cabul, sob a bota soviética, é uma sociedade de homens nobres e livres" - Patrice de Plunkett - Le Figaro Magazine, 13 de Setembro de 1980.
.1984- 19 de Dezembro, Danielle Tramar evoca alguns dos franceses que "trabalham com os resistentes afegãos". Na época, não há qualquer receio de que estes combatentes estrangeiros regressem ao seu país 'radicalizados' pela experiência da guerra.
Em resumo, o islão deles era melhor do que o comunismo â soviética, afirmava Jean Daniel em 16 de Junho de 1980 ao Le Nouvel Observateur.
. 15 de Outubro de 1998- Le Nouvel Observateur pergunta a Zbigniew Brzezinski se não se arrepende de ter favorecido o fundamentalismo islamita, de ter dado armas e conselhos a futuros terroristas.
Resposta: "O que é que é mais importante na perspectiva da história mundial? Os talibãs ou a queda do império soviético? Alguns islamitas excitados ou a libertação da Europa Central e o fim da Guerra Fria?"
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
FAZER DE CONTA É UMA ARTE?
Fazer de conta é uma arte e pratica-la é ser seu artífice.
Para fazer de conta é preciso possuir reservas de ideias caseiras.
É preciso ter espírito de colonizado e não ter asas de contestação.
Apresentar-se sempre com a mesma imagem e não defraudar ninguém.
Tornar-se fácil é uma arte mas uma infracção da natureza.
Ser cordial sempre, deixar-se absorver pelo estado de ânimo da maioria, exercer o acordo mútuo, cristalizar paixões.
Ceder espaço aos normativos de autoconservação é uma das técnicas poderosas desta arte.
Arrastar-se pela volúpia das contradições é um trunfo a descartar em tempo útil.
Estes artistas são oficiantes da lisonja.
Vezes sem conta usam os silêncios para os interlocutores os interpretarem de forma soberba e com superior inteligência.
São pacientes e engenhosos.
Estéreis de ideias quase sempre e eivados de enorme desconfiança sobre os outros, mantêm ordem e distanciamento de situações mais difíceis.
Procuram não meditar muito no que acontece.
Vivem uma espécie de vida reptante mas no fim de contas 'todos' acabam 'beneficiados' por não serem sujeitos ao contraditório e ao desgaste da(s) verdade(s).
Para fazer de conta é preciso possuir reservas de ideias caseiras.
É preciso ter espírito de colonizado e não ter asas de contestação.
Apresentar-se sempre com a mesma imagem e não defraudar ninguém.
Tornar-se fácil é uma arte mas uma infracção da natureza.
Ser cordial sempre, deixar-se absorver pelo estado de ânimo da maioria, exercer o acordo mútuo, cristalizar paixões.
Ceder espaço aos normativos de autoconservação é uma das técnicas poderosas desta arte.
Arrastar-se pela volúpia das contradições é um trunfo a descartar em tempo útil.
Estes artistas são oficiantes da lisonja.
Vezes sem conta usam os silêncios para os interlocutores os interpretarem de forma soberba e com superior inteligência.
São pacientes e engenhosos.
Estéreis de ideias quase sempre e eivados de enorme desconfiança sobre os outros, mantêm ordem e distanciamento de situações mais difíceis.
Procuram não meditar muito no que acontece.
Vivem uma espécie de vida reptante mas no fim de contas 'todos' acabam 'beneficiados' por não serem sujeitos ao contraditório e ao desgaste da(s) verdade(s).
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
TUDO É POSSÍVEL
A BARRACA, um teatro que foi de luta, realiza agora encontros com gente do CDS e do PSD mas com poder ainda e com boas carteiras de conhecimentos para um dia se precisarem de subsídios terem a quem recorrer como cunhas.
Chamam-lhe encontros e dizem que estão a fazer teatro.
Na BARRACA celebramos o 5º Aniversário dos Encontros Imaginários.
Segue o Balanço desta bela iniciativa.
Balanço Encontro Imaginário 111
Com a sala 2 praticamente esgotada, realizamos mais um feliz Encontro...
Vittorio Gassman, célebre actor que foi um dos "monstros" da comédia italiana, iluminou a noite com a verve e humor brilhantemente defendidos pelo jornalista José Rebelo.
O jurista João Espírito Santo assumiu o papel de John Foster Dulles, secretário de Estado dos Estados Unidos , uma das figuras de destaque durante o período da Guerra Fria, directamente implicado na derrota Norte- Americana no Vietnam.
Audrey Hepburn , considerada um ícone de estilo e uma das maiores lendas femininas do cinema, activista humanitária e social ,encontrou uma feliz imagem proporcionada pela afectividade e simpatia da jurista Assunção Esteves.
Na 2ª parte tivemos uma grande e agradável surpresa com Guilherme Lopes ao piano, uma promessa de 9 anos de idade, também actor na Claraboia.
Seguiram-se Teresa Mello Sampayo (voz) e João Costa (viola), que evocaram canções de protesto portuguesas e internacionais. Foi muito agradável sentir a aragem fresca das brisas revolucionárias dos anos 60.
Para fim de festa – comemorando o 5º aniversário dos Encontros – fizemos uma “ Foto de Família” com umas dezenas de participantes desta iniciativa para-teatral. Foram muitos, mas uma minoria em relação ao projecto que era fotografar TODOS.
O que nos obriga a convocar os que faltaram para repetirmos a FOTO.
Será já no próximo Encontro Imaginário
Dia 7 de Março
Infante D. Pedro - Bagão Félix , economista ;
Ingrid Bergman – Lourdes Hill, gestora ;
Carlos Lacerda – Jorge Wemans, jornalista
Chamam-lhe encontros e dizem que estão a fazer teatro.
Na BARRACA celebramos o 5º Aniversário dos Encontros Imaginários.
Segue o Balanço desta bela iniciativa.
Balanço Encontro Imaginário 111
Com a sala 2 praticamente esgotada, realizamos mais um feliz Encontro...
Vittorio Gassman, célebre actor que foi um dos "monstros" da comédia italiana, iluminou a noite com a verve e humor brilhantemente defendidos pelo jornalista José Rebelo.
O jurista João Espírito Santo assumiu o papel de John Foster Dulles, secretário de Estado dos Estados Unidos , uma das figuras de destaque durante o período da Guerra Fria, directamente implicado na derrota Norte- Americana no Vietnam.
Audrey Hepburn , considerada um ícone de estilo e uma das maiores lendas femininas do cinema, activista humanitária e social ,encontrou uma feliz imagem proporcionada pela afectividade e simpatia da jurista Assunção Esteves.
Na 2ª parte tivemos uma grande e agradável surpresa com Guilherme Lopes ao piano, uma promessa de 9 anos de idade, também actor na Claraboia.
Seguiram-se Teresa Mello Sampayo (voz) e João Costa (viola), que evocaram canções de protesto portuguesas e internacionais. Foi muito agradável sentir a aragem fresca das brisas revolucionárias dos anos 60.
Para fim de festa – comemorando o 5º aniversário dos Encontros – fizemos uma “ Foto de Família” com umas dezenas de participantes desta iniciativa para-teatral. Foram muitos, mas uma minoria em relação ao projecto que era fotografar TODOS.
O que nos obriga a convocar os que faltaram para repetirmos a FOTO.
Será já no próximo Encontro Imaginário
Dia 7 de Março
Infante D. Pedro - Bagão Félix , economista ;
Ingrid Bergman – Lourdes Hill, gestora ;
Carlos Lacerda – Jorge Wemans, jornalista
TUDO É POSSÍVEL COM OS POLÍTICOS QUE NOS 'GOVERNAM'
O primeiro-ministro afirmou que o momento mais triste a que assistiu durante o processo orçamental foi ver Passos Coelho a pedir à Comissão Europeia que chumbasse o orçamento português.
António Costa deixou um dos mais fortes ataques a Passos Coelho para o final das intervenções iniciais dos partidos, no debate desta tarde do Orçamento do Estado (OE) para 2016. O primeiro-ministro disse que o momento "mais triste de todos foi ver o líder do PSD no Parlamento Europeu a levantar a voz não para defender Portugal mas para defender que a Comissão Europeia chumbasse o Orçamento de Portugal".
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
IRANIANAS
Desde que vi um filme iraniano fiquei interessada neste tema, isto é, as mulheres iranianas.
Por causa do hadith, palavra de Maomé, elas não podem ser juízas, mas podem aceder ao lugar de ayatollah, o mais alto cargo do clero xiita.
Podem ser arquitectas, empresárias, ministras. O Parlamento tem nove deputadas, todas conservadoras.
Foi agora designada uma embaixadora, a primeira, Marzieh Afkham, que assumiu o lugar em Novembro de 2015, em Kuala Lampur.
Para casar, abrir conta bancária, herdar, viajar dependem do chefe de família.
Se se divorciarem, o juiz dará ou não autorização. Os filhos são-lhe confiados até aos dois anos sendo rapazes e sendo raparigas até aos sete. Em seguida, é o pai que terá a guarda mesmo que este a recuse.
Cerca de 30% exercem uma actividade profissional regular.
Nas universidades 60% são raparigas.
O Irão é o país que forma mais engenheiras diz Azadeh Kian, sublinhando que a primeira mulher que obteve em 2014, a medalha Fields, o equivalente ao prémio Nobel para as Matemáticas, Maryam Mirzakhani, é iraniana.
Apenas referi alguns números mas li algumas entrevistas com mulheres iranianas e fez-me lembrar de certa forma, os anos 60 e princípios de anos 70 em Portugal.
Confesso-me admiradora destas mulheres e sei que vão conseguir a sua liberdade.
Por causa do hadith, palavra de Maomé, elas não podem ser juízas, mas podem aceder ao lugar de ayatollah, o mais alto cargo do clero xiita.
Podem ser arquitectas, empresárias, ministras. O Parlamento tem nove deputadas, todas conservadoras.
Foi agora designada uma embaixadora, a primeira, Marzieh Afkham, que assumiu o lugar em Novembro de 2015, em Kuala Lampur.
Para casar, abrir conta bancária, herdar, viajar dependem do chefe de família.
Se se divorciarem, o juiz dará ou não autorização. Os filhos são-lhe confiados até aos dois anos sendo rapazes e sendo raparigas até aos sete. Em seguida, é o pai que terá a guarda mesmo que este a recuse.
Cerca de 30% exercem uma actividade profissional regular.
Nas universidades 60% são raparigas.
O Irão é o país que forma mais engenheiras diz Azadeh Kian, sublinhando que a primeira mulher que obteve em 2014, a medalha Fields, o equivalente ao prémio Nobel para as Matemáticas, Maryam Mirzakhani, é iraniana.
Apenas referi alguns números mas li algumas entrevistas com mulheres iranianas e fez-me lembrar de certa forma, os anos 60 e princípios de anos 70 em Portugal.
Confesso-me admiradora destas mulheres e sei que vão conseguir a sua liberdade.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
INGERÊNCIAS OCIDENTAIS NA LÍBIA
Veja-se apenas o caso da Líbia:
-Manuel Valls e François Hollande após os atentados de 13 de Novembro de 2015 em Paris falaram de uma nova intervenção internacional na Líbia, embora os assassinos fossem belgas e franceses e nunca tivessem estado na Líbia.
Nos dias 21 e 23 de Novembro de 2015, aviões Rafale descolaram do porta-aviões Charles de Gaulle e efectuaram voos de reconhecimento na cidade de Sirte.
Em 2011 os peritos em estratégia militar previam a queda do regime de Muammar Kadhafi e em alguns dias depois a chegada da democracia.
Cinco anos depois do Tratado do Atlântico Norte seria agora como que o terminar do trabalho, à semelhança do que aconteceu com os conservadores americanos para justificar a intervenção no Iraque em 2003.
-O diplomata alemão Martin Kobler, recém nomeado como representante do secretário-geral da ONU apega-se à formação dum governo de união nacional legitimada aos olhos do Conselho de Segurança.
CONVÉM LEMBRAR QUE NA LÍBIA HÁ DOIS PARLAMENTOS.
Em 17 de Dezembro em Marrocos assina-se um acordo de conciliação nacional entre os representantes dos dois Parlamentos líbios sob a égide da Organização das Nações Unidas(ONU) e assim em 19 de Janeiro foi designado um governo nacional com 32 ministros dirigido por um homem de negócios de Trípoli, Fayez Sarraj. Os especialistas que investigam a paz na Libia alertaram chamavam a atenção de estarem a obter um acordo sem ser validado pelo maior número dos partidos políticos líbios.
Agora verifique-se o que o alemão Kobler resolveu fazer:
Não quis saber de quem colocava questões a uma paz obtida desta forma e entendeu-se com o comandante chefe do exército nacional líbio que se opunha ao governo de Trípoli, dando-lhe garantias como chefe de estado-maior dos exércitos. Como no acordo inter-líbio de 17 de Dezembro que o futuro governo teria o direito de "requerer a assistência necessária das Nações Unidas, da comunidade internacional e das organizações regionais competentes", então em 23 de Dezembro a Resolução 2259 do Conselho de Segurança, adoptada por proposta britânica, ratificou-a, lembrando que A SITUAÇÃO NA LÍBIA CONSTITUI UMA AMEAÇA PARA A PAZ E A SEGURANÇA INTERNACIONAIS. O SEU ARTIGO 12 EXORTA OS ESTADOS A AJUDAR O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL O GOVERNO DE CONSENSO NACIONAL, A SEU PEDIDO, A LUTAR CONTRA AS AMEAÇAS QUE PESAM SOBRE A SEGURANÇA NA LÍBIA E A PRESTAR UM APOIO ACTIVO AO NOVO GOVERNO COM VISTA A VENCER A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO, OS GRUPOS QUE LHE PRESTARAM FIDELIDADE, ANSAR AL-CHARIA E TODOS OS INDIVÍDUOS QUE OPERAM NA LÍBIA".
Assim estão lançadas as bases legais duma nova intervenção.
Entretanto a maioria dos políticos líbios consideram este acordo uma conspiração contra a Líbia e que é um acordo imposto pelo estrangeiro que não é conforme os princípios islâmicos.
Como a população está contra esta invasão estrangeira, vai-se filiando na OEI. Claro que os responsáveis políticos e militares ocidentais nada se preocupam com isso, consideram apenas que a guerra na Líbia se resolve em algumas semanas.
Esquecia-me de dizer o mais importante é que no golfo de Sirte existe muito petróleo, havendo aí várias milícias que fazem segurança às instalações petrolíferas, convém não esquecer ESTE PEQUENO PORMENOR.
....
resumo de vários artigos lidos sobre esta matéria incluindo a leitura do que pensa um antigo diplomata francês em Trípoli, Patrick Haimzadeh, autor da obra 'Au coeur de la Libye de Kadhafi'
-Manuel Valls e François Hollande após os atentados de 13 de Novembro de 2015 em Paris falaram de uma nova intervenção internacional na Líbia, embora os assassinos fossem belgas e franceses e nunca tivessem estado na Líbia.
Nos dias 21 e 23 de Novembro de 2015, aviões Rafale descolaram do porta-aviões Charles de Gaulle e efectuaram voos de reconhecimento na cidade de Sirte.
Em 2011 os peritos em estratégia militar previam a queda do regime de Muammar Kadhafi e em alguns dias depois a chegada da democracia.
Cinco anos depois do Tratado do Atlântico Norte seria agora como que o terminar do trabalho, à semelhança do que aconteceu com os conservadores americanos para justificar a intervenção no Iraque em 2003.
-O diplomata alemão Martin Kobler, recém nomeado como representante do secretário-geral da ONU apega-se à formação dum governo de união nacional legitimada aos olhos do Conselho de Segurança.
CONVÉM LEMBRAR QUE NA LÍBIA HÁ DOIS PARLAMENTOS.
Em 17 de Dezembro em Marrocos assina-se um acordo de conciliação nacional entre os representantes dos dois Parlamentos líbios sob a égide da Organização das Nações Unidas(ONU) e assim em 19 de Janeiro foi designado um governo nacional com 32 ministros dirigido por um homem de negócios de Trípoli, Fayez Sarraj. Os especialistas que investigam a paz na Libia alertaram chamavam a atenção de estarem a obter um acordo sem ser validado pelo maior número dos partidos políticos líbios.
Agora verifique-se o que o alemão Kobler resolveu fazer:
Não quis saber de quem colocava questões a uma paz obtida desta forma e entendeu-se com o comandante chefe do exército nacional líbio que se opunha ao governo de Trípoli, dando-lhe garantias como chefe de estado-maior dos exércitos. Como no acordo inter-líbio de 17 de Dezembro que o futuro governo teria o direito de "requerer a assistência necessária das Nações Unidas, da comunidade internacional e das organizações regionais competentes", então em 23 de Dezembro a Resolução 2259 do Conselho de Segurança, adoptada por proposta britânica, ratificou-a, lembrando que A SITUAÇÃO NA LÍBIA CONSTITUI UMA AMEAÇA PARA A PAZ E A SEGURANÇA INTERNACIONAIS. O SEU ARTIGO 12 EXORTA OS ESTADOS A AJUDAR O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL O GOVERNO DE CONSENSO NACIONAL, A SEU PEDIDO, A LUTAR CONTRA AS AMEAÇAS QUE PESAM SOBRE A SEGURANÇA NA LÍBIA E A PRESTAR UM APOIO ACTIVO AO NOVO GOVERNO COM VISTA A VENCER A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO, OS GRUPOS QUE LHE PRESTARAM FIDELIDADE, ANSAR AL-CHARIA E TODOS OS INDIVÍDUOS QUE OPERAM NA LÍBIA".
Assim estão lançadas as bases legais duma nova intervenção.
Entretanto a maioria dos políticos líbios consideram este acordo uma conspiração contra a Líbia e que é um acordo imposto pelo estrangeiro que não é conforme os princípios islâmicos.
Como a população está contra esta invasão estrangeira, vai-se filiando na OEI. Claro que os responsáveis políticos e militares ocidentais nada se preocupam com isso, consideram apenas que a guerra na Líbia se resolve em algumas semanas.
Esquecia-me de dizer o mais importante é que no golfo de Sirte existe muito petróleo, havendo aí várias milícias que fazem segurança às instalações petrolíferas, convém não esquecer ESTE PEQUENO PORMENOR.
....
resumo de vários artigos lidos sobre esta matéria incluindo a leitura do que pensa um antigo diplomata francês em Trípoli, Patrick Haimzadeh, autor da obra 'Au coeur de la Libye de Kadhafi'
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
domingo, 14 de fevereiro de 2016
REPARTA COMIGO A CULPA DO SILÊNCIO
A frase não é minha mas aplica-se neste contexto.
Há muitos amigos que se vão perdendo pelo caminho.
Os íntimos sentimentos e ideias são interrompidas como que de repente.
Às vezes aflora-me um desalento dessas perdas e a tendência é para atribuir aos outros a responsabilidade dessas interrupções.
E lembro-me duma frase de Puvis de Chavannes: Il y a une chose plus belle que les belles choses se sont les ruines des belles choses.
E penso num amigo que me diz quando faço citações: pronto, estás muito queixosa hoje.
Há muitos amigos que se vão perdendo pelo caminho.
Os íntimos sentimentos e ideias são interrompidas como que de repente.
Às vezes aflora-me um desalento dessas perdas e a tendência é para atribuir aos outros a responsabilidade dessas interrupções.
E lembro-me duma frase de Puvis de Chavannes: Il y a une chose plus belle que les belles choses se sont les ruines des belles choses.
E penso num amigo que me diz quando faço citações: pronto, estás muito queixosa hoje.
sábado, 13 de fevereiro de 2016
APANHASTE-ME DESPREVENIDA MANINHA
esse telemóvel não presta, eu sou mais bonita, mas pronto aqui a tens conforme a tiraste. prometido é devido :)
Ao menos não te esqueceste que se chama metrosídero. parabéns!
Ao menos não te esqueceste que se chama metrosídero. parabéns!
PRECISO QUE ME EXPLIQUEM
Sou adulta e muito pouco percebo de tudo.
Tinham-me garantido que quando fosse grande eu iria entender e afinal não entendo.
Expliquem-me ao menos porquê.
De que vale todo o mundo se não nos auxilia?
Às vezes fica um soluço dentro de mim com aquilo que se calam, com aquilo que não conversam.
Vemos as pessoas, imaginamos o que possam ser, mas nunca sabemos quem são de verdade.
Claro que nos vingamos bem, também não sabem o que somos, embora imaginem e até profiram sentenças.
Às vezes de tão íntimos parecemos estranhos uns com os outros e quando não falamos há muito tempo já não temos nada para dizer.
Fazem-nos perguntas, respondemos, não nos ouvem.
Fazem perguntas, não respondemos, então dizem-nos, não é nada disso.
Tinham-me garantido que quando fosse grande eu iria entender e afinal não entendo.
Expliquem-me ao menos porquê.
De que vale todo o mundo se não nos auxilia?
Às vezes fica um soluço dentro de mim com aquilo que se calam, com aquilo que não conversam.
Vemos as pessoas, imaginamos o que possam ser, mas nunca sabemos quem são de verdade.
Claro que nos vingamos bem, também não sabem o que somos, embora imaginem e até profiram sentenças.
Às vezes de tão íntimos parecemos estranhos uns com os outros e quando não falamos há muito tempo já não temos nada para dizer.
Fazem-nos perguntas, respondemos, não nos ouvem.
Fazem perguntas, não respondemos, então dizem-nos, não é nada disso.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
ADMIRAÇÃO
COMO ADMIRO ESSA GENTE QUE MANTÉM A PAZ E A SAÚDE DA CONSCIÊNCIA!
Admiro gente que do quase nada faz tudo.
Admiro gente que do complicado faz simples.
Admiro gente que me surpreende.
Admiro gente que trabalha e gosta daquilo que faz.
Admiro gente que trabalha, fazendo o seu melhor, mesmo não gostando daquilo que faz.
Admiro gente bem humorada, bem disposta sem ser tola.
Admiro gente que raciocina com lógica.
Admiro gente que se inflama também.
Admiro gente que sofre e não se queixa.
Admiro gente, porque ser gente é um enorme mistério.
Admiro gente que do quase nada faz tudo.
Admiro gente que do complicado faz simples.
Admiro gente que me surpreende.
Admiro gente que trabalha e gosta daquilo que faz.
Admiro gente que trabalha, fazendo o seu melhor, mesmo não gostando daquilo que faz.
Admiro gente bem humorada, bem disposta sem ser tola.
Admiro gente que raciocina com lógica.
Admiro gente que se inflama também.
Admiro gente que sofre e não se queixa.
Admiro gente, porque ser gente é um enorme mistério.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
domingo, 7 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
domingo, 31 de janeiro de 2016
SEBASTIÃO DA GAMA
"A minha história é simples.
A tua, meu Amor,
é bem mais simples ainda:
'Era uma vez uma flor. ...
Nasceu à beira de um Poeta...'
A tua, meu Amor,
é bem mais simples ainda:
'Era uma vez uma flor. ...
Nasceu à beira de um Poeta...'
Vês como é simples e linda?
(O resto conto depois;
mas tão a sós, tão de manso,
que só escutemos os dois)."
Sebastião da Gama
(O resto conto depois;
mas tão a sós, tão de manso,
que só escutemos os dois)."
Sebastião da Gama
sábado, 30 de janeiro de 2016
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
SEM TÍTULO
Quero largar este pó que se colou a mim, despir-me destas tristezas infindas, destes desgostos sem fundo mas todos os dias se acumula mais e mais pó, evidenciando camada por camada, sem dó nem piedade.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
sábado, 16 de janeiro de 2016
DIZEM QUE APRENDEMOS COM OS ERROS
Se aprendemos com os erros porque voltamos tantas vezes ao mesmo erro?
Porque as circunstâncias em que são cometidos são diferentes, pode ser um contributo para a compreensão desta questão.
Ouvimos dizer que a idade dá-nos a tal experiência de vida e que nos faz mais sábios.
Se assim fosse, as pessoas com mais idade deviam errar menos e saber mais, mas não é verdade 'tout court'.
Continua-se a errar com a idade e a repetir erros já cometidos.
A idade traz mais dúvidas, menos certezas, não por baralhação da informação, excluindo essa variável parasita, mas porque se viu mais mundo, portanto a tal 'sagesse' onde habita? Na informação acumulada? Nas dúvidas permanentes que já não criam insegurança?
Houve aqui uma deriva, se bem que tudo isto esteja interligado, comecei por falar dos erros e de regressar vezes sem conta ao longo das nossas vidas aos mesmos erros porque esta questão coloca-se quer nos indivíduos quer nos grupos.
Porque as circunstâncias em que são cometidos são diferentes, pode ser um contributo para a compreensão desta questão.
Ouvimos dizer que a idade dá-nos a tal experiência de vida e que nos faz mais sábios.
Se assim fosse, as pessoas com mais idade deviam errar menos e saber mais, mas não é verdade 'tout court'.
Continua-se a errar com a idade e a repetir erros já cometidos.
A idade traz mais dúvidas, menos certezas, não por baralhação da informação, excluindo essa variável parasita, mas porque se viu mais mundo, portanto a tal 'sagesse' onde habita? Na informação acumulada? Nas dúvidas permanentes que já não criam insegurança?
Houve aqui uma deriva, se bem que tudo isto esteja interligado, comecei por falar dos erros e de regressar vezes sem conta ao longo das nossas vidas aos mesmos erros porque esta questão coloca-se quer nos indivíduos quer nos grupos.
domingo, 10 de janeiro de 2016
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO MEU PAÍS
Admirável período este:
Barões assinalados oferecem-se a Sua Majestade, o Povo.
Contam o que são e o que não são os candidatos, hesitam entre a verdade e a mentira, sem distinguir a maioria das vezes, uma da outra.
Dizem que não ignoram a benevolência de Sua Majestade, o Povo, querendo enganá-lo por todas as formas e feitios.
São grandes em tudo, os melhores, os únicos a oferecer o peito às balas.
Filosofam sobre a verdade chegando ao ponto de dizer que a mesma pode ser mentira.
Todos são os maiores, todos são grandes, todos sabem tudo.
Só nos resta rir.
O povo votante, o que decide exercer o direito de voto, deve sentir-se confuso naquelas ideias entrechocadas apresentadas pelos candidatos.
As pessoas, duma maneira geral, nem a Constituição conhecem, não sabem para que serve um Presidente da República a não ser para gastar dinheiro aos contribuintes. Conhecem alguns Presidentes da República não qual a função da Presidência, quando se dignam ver os debates, apenas analisam os rostos, as fisionomias se têm pose altiva, mística, triste, alegre, o que levam vestido e por aí. Não conhecem as cabeças sensuais e virginais de Tintoreto, nem os papas pagãos de Rafael nem toda a Renascença italiana, mas enquanto não estiver decidido gostam de observar os olhares que são pasmados ou turvos e acabam por fazer, à sua maneira, o retrato deste período ímpar em Portugal.
Não conhecem o retrato do Constitucionalismo porque não conhecem o séc. XIX português, mas o Marcelo eles 'conhecem', pois então.
Barões assinalados oferecem-se a Sua Majestade, o Povo.
Contam o que são e o que não são os candidatos, hesitam entre a verdade e a mentira, sem distinguir a maioria das vezes, uma da outra.
Dizem que não ignoram a benevolência de Sua Majestade, o Povo, querendo enganá-lo por todas as formas e feitios.
São grandes em tudo, os melhores, os únicos a oferecer o peito às balas.
Filosofam sobre a verdade chegando ao ponto de dizer que a mesma pode ser mentira.
Todos são os maiores, todos são grandes, todos sabem tudo.
Só nos resta rir.
O povo votante, o que decide exercer o direito de voto, deve sentir-se confuso naquelas ideias entrechocadas apresentadas pelos candidatos.
As pessoas, duma maneira geral, nem a Constituição conhecem, não sabem para que serve um Presidente da República a não ser para gastar dinheiro aos contribuintes. Conhecem alguns Presidentes da República não qual a função da Presidência, quando se dignam ver os debates, apenas analisam os rostos, as fisionomias se têm pose altiva, mística, triste, alegre, o que levam vestido e por aí. Não conhecem as cabeças sensuais e virginais de Tintoreto, nem os papas pagãos de Rafael nem toda a Renascença italiana, mas enquanto não estiver decidido gostam de observar os olhares que são pasmados ou turvos e acabam por fazer, à sua maneira, o retrato deste período ímpar em Portugal.
Não conhecem o retrato do Constitucionalismo porque não conhecem o séc. XIX português, mas o Marcelo eles 'conhecem', pois então.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
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