segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A PROPÓSITO DUMA ENTREVISTA E DUM FERIADO QUE NÃO É MAS DEVIA DE SER

Lê-se na Wikipédia:

A Restauração da Independência é a designação dada ao golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de dezembro de 1640, chefiada por um grupo designado de Os Quarenta Conjurados e que se alastrou por todo o Reino, pela revolta dos portugueses contra a tentativa da anulação da independência do Reino de Portugal pela governação da Dinastia filipina castelhana, e que vem a culminar com a instauração da 4.ª Dinastia Portuguesa - a casa de Bragança - com a aclamação de D. João IV.
Esse dia, designado como Primeiro de Dezembro ou Dia da Restauração[1] , é comemorado anualmente em Portugal com muita pompa e circunstância desde o tempo da monarquia constitucional. Uma das primeiras decisões da República Portuguesa, em 1910, foi passá-lo a feriado nacional como medida popular e patriótica. No entanto, essa decisão foi revogada pelo XIX Governo Constitucional, de Passos Coelho, passando o feriado a comemorar-se em dia não útil a partir de 2012.
 
No séc. XVIII considerava-se que "A História era uma velhota que se repetia sem cessar".
Hoje há quem pense o mesmo e quem diga o contrário. O que penso sei bem, é que se repete de formas diferentes, parece uma contradição mas é isto mesmo.
Li a entrevista do Mário Soares ao Expresso e gostei de ver o velho senhor a dizer que era patriota, embora tenha uma estranha maneira de amar este país.
Como toda a gente sabe ou quase, falo de toda a gente que me conhece, não sou uma fã de Mário Soares, antes pelo contrário, mas também não fanática nem fundamentalista, mas sou patriota e de esquerda e, tal como o senhor que tem o mesmo apelido do que eu,  não percebo porque os portugueses têm horror à palavra, começando pelos de esquerda, gente com manias e tiques vários, digo eu.
Quem ama o seu país só pode e deve ser patriota, não consigo ver de outra forma.
Todos os povos têm que amar o país onde nascem, sempre assim foi, recordo-me só a título de exemplo, dos Egípcios, o povo abominava o sórdido regime Kedival e sofria de ver o rico vale do Nilo devorado pelo estrangeiro, como antes pelos gafanhotos.
Os egípcios olhavam para o europeu ainda há bem pouco tempo, séc. XIX e mesmo XX, como para a última e mais terrível praga do Egipto, a devorar as riquezas do vale do Nilo e como diria Eça de Queirós,  os europeus eram mais que intrusos para os egícios, eram intrujões.
Toda a gente sabia quem era a Europa, menos o Mário Soares, ainda nesta entrevista se verifica isso. Foi um dos principais responsáveis de nos encontrarmos na situação em que nos encontramos ao pedir a adesão.
A História da Europa e do seu regime, já no tempo do regime Kedival na Europa era uma empresa financeira de onde saíam grossos dividendos.
Toda a gente ou quase toda, sabe o que a Europa foi, desde há 2 séculos que se previa que acontecesse o que agora está a acontecer.
Voltando ao Eça, que dizia que toda a pequena propriedade política tende a acabar. "Toda a terra vai em breve reunir-se nas mãos de 4/5 grandes proprietários"- lê-se em Cartas de Inglaterra (1880 a 1896).
Tudo isto vem ainda a propósito da entrevista do Mário Soares ao Expresso que diz que acredita no futuro e no futuro da Europa.
Fica 'bem' dizer isto, mas não passa duma treta. A Europa nunca terá futuro porque não teve passado, isto é, se o passado é o que se sabe logo o futuro não será muito diferente, porque não há Futuro sem Passado. O Mário Soares devia saber disso e todos os outros que pensam e fazem estas asneiras.
Mário Soares e seus acólitos têm espírito colonialista por muito que se digam socialistas. Pensam como os ingleses e os franceses e até os portugueses pensavam que as outras raças só podiam ser felizes possuindo as instituições, os hábitos, as maneiras que faziam os colonizadores felizes.
Foi com este espírito que Mário Soares & Outros aderiram à Europa que só existe como conceito diplomático desde sempre e mesmo esse deixa muito a desejar.

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