sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

AO SOL INEXISTENTE

Em nenhum lugar se está tão bem como na Primavera.
Hoje está um vento sarraceno, encontrei-o parecido no Egipto e noutras paragens desta aldeia global. É nestas alturas que só queremos o que não temos.
A paixão por estações mais amenas como a Primavera que nos renova e o Verão que nos dá força é absolutamente compreensível após estes dois meses de Inverno sem trégua.
Apetece-nos outras paragens. Se calhar o Inverno existe para sonharmos com a Primavera.
Os homens são volúveis e nunca estão bem com a sorte que têm e saudades são frutos vermelhos.
Gosto das estações do ano, parecem-se com cães velhos, obstinados, que nunca desistem e eu tenho um especial carinho por cães velhos.
A Primavera é a única estação do ano que é feminina e possui aquela tendência natural em se deixar seduzir ao mesmo tempo que seduz.
Depois de uma noite mal dormida não procuro nenhuma emoção extraordinária, a não ser alguma nostalgia das coisas impossíveis.

4 comentários:

Helena disse...

Pois como coincidimos nesse desejo de primavera!
Renasce sempre em mim o que em mim há de melhor na primavera.

beijo

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

obrigada por teres vindo. Bom Fim-de-semana.
Beijo

GL disse...

O Inverno é a estação da passagem. A hibernação dará lugar ao renascer, á explosão de vida própria da Primavera. Gosto deste caminhar, deste atravessar de tormenta. Gosto de ser o átomo insignificante no meio dos elementos em fúria. Gosto de me sentir viva, com a consciência da minha pequenez.
Gosto de caminhar contra o vento, contra a chuva e, enquanto isso, continuar a contagem decrescente que me conduz ao milagre que é o renascer.
Há caminhadas obrigatórias. Esta é uma delas.
Abraço.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

GRANDE TEXTO Gl. VALEU!
BOM FIM-DE-SEMANA
OBRIGADA