terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

NOTAS DO MEU CADERNINHO PRETO

Hoje apenas vou copiar anotações do meu caderninho preto nº 42

No outro dia perdi um caderninho gêmeo deste com anotações de coisas que vou lendo, observando, pensando, investigando na NET e outros locais.
Hoje, ao pegar neste, pensei em passar algumas coisas para este cantinho, com medo que se extravie também.

NOTAS SOLTAS
sobre a nossa preocupação obsessiva em descobrir quem somos e o que somos:

. Oliveira Martins (não este que não diz coisa com coisa, mas o avô) foi um herdeiro indirecto de Michelet e percebe e vê Portugal como uma identidade, podia dizer-se como uma pessoa, como Michelet via a França.

. Pessoa aos 24 anos anuncia e anuncia-se a si mesmo um super Camões.

. Um povo é um sistema, uma estrutura histórica orgânica e não há razões éticas ou ideológicas capazes de o estruturar, distinguindo neles o negativo e o positivo enquanto atribuíveis, sem objecções, aos estratos sociais antagónicos que  constituem uma sociedade.

. Chama-se povo, o povo que efectivamente trabalha e para quem, como escrevia Goethe, a maioria das revoluções que se fazem em seu nome não significam mais que a possibilidade de mudar de ombro para suportar a costumeira canga.

. O verbo camoniano se fez carne a ponto de nos servir de pátria.

. António Sérgio que a Wikipédia trata por filósofo mas eu não (era  um político e pensador social), pensava por nós, logo dispensava-nos de pensar.

. Pascoes dizia que ficamos pagãos, familiares de deuses e do destino (que é mais que deuses). Daí essa forma de indiferentismo, após o espasmo orgânico do grito , tão característico do nosso comportamento histórico "tinha de ser". É o nosso lado árabe porventura.
Logo que nos aproximamos da linha tórrida do racional tornamo-nos tímidos, ficamos paralisados.

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