domingo, 16 de fevereiro de 2014

VAMOS DE VIAGEM

Vamos de viagem e levamos Portugal connosco.
Não "conseguimos" mudar de governantes, então mudemos de mundo.
Surrealista? Agora que toda a gente sabe o que é, se calhar não sentem isso.
Existem desejos surrealistas? Não? Não importa, passam a existir aqui no meu diário.
Vamos, está resolvido, tivemos ontem a última reunião e Portugal esteve presente, aliás dirigiu os trabalhos.
Somos todos aqueles que temos força braçal e cabeça pensante. Vamos para um Mundo dentro e fora do mundo ao mesmo tempo, um paraíso onírico.
Não queremos mais cheiro a morte e a Europa está defunta.
Não vamos reescrever a história do Robinson Crusoe, vamos continuar a escrever a história do Herculano, fugidos ao sebastianismo, é verdade, e aos delírios que ele acarreta.
Não queremos morrer já, não queremos que a nossa existência nacional continue a morrer.
Queremos viver, queremos respirar, queremos ser saudáveis, vamos embora, despegar-nos destas sanguessugas. Queremos preparar o futuro com um presente diferente.
Não, não queremos cometer desses erros grosseiros, como importar da Itália o mármore de Mafra, não faremos Alcácer-Quibir, não queremos ser colonos nem colonizadores.
Nós e Portugal, amantes inseparáveis concordamos com uma vida simples, sem luxos, mas honesta. Não haverá ricos mas também não haverá pobres.
No nosso Novo Mundo gostaremos de nós e seremos auto-suficientes porque acreditamos que somos capazes. Claro que uns são mais inteligentes que outros, mas todos têm barriga.
Neste novo mundo cobiçado por todos os que ficaram como novo lugar a corromper, o tal das novas oportunidades, não deixaremos entrar quem não venha por bem e com provas dadas.
Claro que haverá gente má e gente boa, como em todo o lado, mas haverá justiça para punir os que fizeram mal à sociedade.
Dizes que levamos hábitos de há séculos, mas serão modificados com um novo ambiente, não queremos continuar a ser impensáveis e invisíveis para nós mesmos.
Vamos sair desta vida pícara de séculos. Não queremos novos Brasis nem novas Áfricas, queremo-nos a nós, com vida própria.
Não, não somos uma ilha, mas também não temos que ser o balde do lixo deste melting pot a que estamos sujeitos.
Trata-se dum quadro surrealista? Se calhar é, mas o que estamos a viver há séculos como se chama? 

1 comentário:

GL disse...

Vamos, fujamos daqui.
Chega de gente mediocre, gente que nos esmaga e destroi.
Vamos.
Vamos para um qualquer lugar de gente-gente. Gente de fibra, vertical e bonita. Bonita por dentro, coisa que caiu em desuso.
Vamos.
Vamos procurar a companhia do mar, alteroso mas honesto.
Vamos ao encontro da companhia sempre acolhedora do campo, da árvore que protege, da flor que começa a surgir timidamente.
Vamos.
Vamos ao encontro do mundo animal que se esconde um pouco por todo o lado, desde o insecto mais simples ao mais maravilhoso.
Respiremos a plenos pulmões o verdadeiro mundo que nos espera.
Vamos.
Chega de canseiras, de fogos-fátuos, de mentiras e vilezas.
Chega!
Vamos. Ainda há um pequeno espaço de paz, de esperança, que espera por nós.