sábado, 17 de março de 2012

A ÉPOCA DO TAILLEUR E A DO TODO NU

Era a época dos cortes de lã, das chuvas compridas, das amenidades, das mãos de luz, muito brancas.
Era a época do povo conformado, de tudo cinzento, o tempo era cinzento e as pessoas acompanhavam-no, das palavras que não diziam o que afirmavam.
É a época do povo conformado às pilhagens.
Era a época da sisudez, da reserva, da moderação como virtudes; da mediocridade vestida de prudência, da inércia; do futuro que deixou de existir.
É a época do nu,  das redes sociais para resmungar contra as injustiças e continuar colado à cadeira.
Era a época das pessoas convertidas, cobardes, sempre prontas a ceder, o que não nos foi pedido exactamente.
É a época dos que se deixam ficar no desalento e na depressão com as cabeças cerzidas  por linhas de merda e de pus dos que a usaram há 50 e mais anos atrás.
O pão nosso de cada dia era a nossa fantasia.
É a época da fantasia  igual, a de desertar do nosso próprio destino.
Ontem e hoje os vampiros são os mesmos, são os mais fortes e nós os mais fracos, estamos sujeitos ao mesmo saque.
Não são eles, os que nos mandam emigrar os mais responsáveis das épocas do ERA e do É, somos nós, nós os que obedecemos.
Convivemos demasiado bem com a mentira que nos camufla a realidade.

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