quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

IGNORANTE ME CONFESSO

Apetecia-me fazer como Óscar Wilde quando disse "não tenho nada a declarar só o meu génio". Copiando-lhe só uma parte da frase, digo "não tenho nada a declarar só a minha ignorância".
Sinto-me rodeada de idiotas superlativos, dispostos a tudo para erguerem bandeiras.
Às vezes temo editar o meu diário porque pode acontecer ser confidente de pessoas que tenham sofrido para além de certo limite e essas interpretam-nos mal e inventam sempre explicações para tudo, atá para a ignorância.
Leio os jornais, o 1º momento diário e penso, se eu não lesse isto aqui não sabia, mas como sei se o que leio é verdade ou não, se é um facto manipulado?
Não sei, nem vou saber.
Duma maneira geral, somos todos muito ignorantes, uns numas coisas outros noutras, basta perceber que o que não conheço não existe, no entanto muitos de nós sabem que as coisas existem independentemente de as conhecermos.
Há quem queira fazer da ignorância, uma doença, será?
Li que o Rousseau abandonou os filhos e maltratava a mulher. Seria verdade? Não sei, mas tenho tendência para acreditar. Ter tendência faz tornarmo-nos menos ignorantes? Claro que não.
Sermos desconfiados obvia a ignorância? Claro que não, apenas nos faz mais desconfiados.
A arma mais poderosa que conheço no dia a dia é a ironia a e o humor.
Se as soubermos utilizar livram-nos de muitas desgraças do mundo.
Vejo muita gente a perorar no meio da turbamulta, olhando para o que acontece como se fossem espectadores que vão ao teatro, como se não fizessem parte das situações.
Julgam saber tudo e com frases ditirâmbicas e temperamentos peripatéticos têm a ilusão de tudo saber.
Os ricos não têm livros. Não precisam, já que leem, escrevem, contam com alguma proficiência.
Os pobres também não e todos estão unidos naquela enorme sensatez que manda reorganizar o mundo a partir do que ele é e não a partir do que ele poderia ter sido.
Sou tão ignorante que acreditava que a velhice era um termo de residência. Nota-se!

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