segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Jürgen Habermas

. Habermas, filósofo alemão de 87 anos falou  da síndrome pós-democracia em Lisboa, em Outubro passado.
Entende que é um fenómeno que se explica como resposta racional dos cidadão à percepção do esmorecimento das suas oportunidades de ter algum impacto sobre a verdadeira orientação da política governamental.
. Considera que os governos nacionais sofrem dum espaço limitado para a acção política enquanto a rede compensatória das organizações internacionais se afasta do alcance da legislação democrática doméstica (como lhe chama). Há uma transição da condição nacional para a pós-nacional.
. Há decréscimo na militância partidária.
. O eleitorado flutuante representa, hoje, cerca de um terço de eleitores. Este eleitorado não é homogéneo.
. Há eleitores que mudam frequentemente de preferência partidária, normalmente  são cidadãos bem informados e educados. O comportamento errático destes eleitores indica uma redução geral da confiança na competência dos partidos políticos.
Todas estas tendências que vêm desde os anos 80, coincidem com a desregulação económica e seus efeitos na distribuição do rendimento, segurança no emprego e a desigualdade  social, de um modo geral.
. A Globalização iniciada nos anos 70, colocou os mercados fora do alcance da regulação normal.
. O cepticismo em relação à democracia aumenta na população com o crescimento da desigualdade social.
. Habermas diz que em vez da participação política nos partidos acrescem as iniciativas cívicas, petições e manifestações num corte transversal por todas as faixas etárias
(no caso português muito deficiente, digo eu)


. Diz Habermas que estes instrumentos de democracia directa e protesto predominam nos sectores mais privilegiados e conclui que os partidos políticos a administrações públicas respondem aos pedidos de formas alternativas.
À pergunta: Como pode a democracia ser transnacionalizada? Responde: alargando a cadeia da legitimação democrática para além das fronteiras do Estado-nação, só se tornará possível na condição de tipo de comunidade política supranacional.
A partir daqui não explica como e, deixei eu de me interessar pela explicação do sistema supranacional com vários níveis, mas baseado no Estado-Nação que confere o alinhamento social e territorial.


(encontra-se explanado na Net, Expresso e muitos outros locais o pensamento deste filósofo/sociólogo, para quem queira obter mais infomações sobre o mesmo)

2 comentários:

GL disse...

Agrada-me que haja alguém - não um alguém qualquer! -que tenha a coragem de falar em pós-democracia.
Por si só, remeter para esta nova realidade, analisando-a de diversos ângulos, é uma ajuda na compreensão da mesma.

Abraço.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

penso haver mais, mas o Habermas é um deles, sem dúvida. Um Bom Dia lhe desejo