sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

TROPA FANDANGA

Esta tropa cortaram-lhe a trave ao nascer. Proferem palavras e comem-nas de seguida, sabem-lhes bem. Fazem grandes relambórios de qualquer coisa para nos moerem a paciência.
Excitam-se bizarramente. Estão debaixo de telha farta que é a AR e fazem uns ares de importantes, arreganham a tacha. Quando arreganham não pensam em si e e quando não se encontram no seu estado de letargia perene com um computador à frente, quando não tropeçam neles mesmos, põem-se a falar sem ninguém os calar.
Ontem ouvi o deputado Telmo Correia a falar na Antena 1. Não ouvia as perguntas da jornalista, falava, falava, falava sempre.
Verifiquei que têm cabeças sossegadas porque não procuram entender, não possuem imaginação.
Gostava de qualifica-los se são do nosso reino ou não, se estão perto de nós, mas parecem-me felizes. Parece que se lhes ligou um botão qualquer, tipo cão de Pavlov, dá-se-lhe o estímulo e ele fornece a resposta.
Falar da A.R de hoje é em certa medida repetir o que  Eça de Queirós disse  nas suas análises sociológicas à sociedade do seu tempo.
Tantos factos passaram mas está tudo na mesma.
O discurso do Piréu do José Estevão,  de 1840, dá-nos bem disso conta.
Temos muitas autoestradas, muitos automóveis, mas já pouca gente por elas circula.
Claro que há uma diferença, voltamos a ser pobres mas já não somos modestos, ao menos nisso, está a correr bem.
Mas dizia eu, que estive a ouvir, com intervalos, o Telmo Correia, o homem pareceu-me alegre, bastante desentupido por sinal, se estivesse triste, estava bem mais entupido. Parecia ter uma necessidade patológica de falar, de mandar palavras para o ar, tal como tantos colegas seus da A.R.
Não se sente qualquer sentimento pelo povo que sofre, eles acham que estão acima do povo e dele não fazem parte. Não se encontram disponíveis para pensar, só para bajular os chefezitos.
São empurrados pela voracidade dos grandes interesses dos capitalistas mundiais que se assenhorearam deste país.
Além de cobarde, anti patriotas são gente morta. Cultivam a arte do não saber, julgando ser uma vocação, mas  não passa duma decisão, a decisão de antes de nos venderem, venderem-se a si próprios.
Quando leio o Caderno de Economia do Expresso, tudo aquilo me parecem contos futuristas, histórias de ficção científica.
Aqueles directores e executivas de trinta e poucos anos, tudo gente com sobrenomes conhecidos de velhas famílias sanguessugas mais os das novas oportunistas da política. Toda aquela gente a dizer da melhor forma como vende o país, arrotando postas de pescada e achando-se os maiores. Desfazem-nos mas a seguir vão praticar qualquer desporto de elite, acenando que o vinho não tem sulfitos ou sorridentemente dizendo: L'amour dit bonjour.

2 comentários:

GL disse...

Estou a ficar analfabeta no que à política diz respeito. Recuso-me a ler tudo o que lhe diga respeito, desde que saia da boca, ou da pena de qualquer um destes ilustres. O que vejo à minha volta é, desgraçadamente, mais ilustrativo do que se passa neste triste país. O bando de papagaios não merece um segundo do meu tempo.
Leio as suas análises, isso basta para confirmar a calamidade que se abateu sobre a maioria dos nossos concidadãos.
Um grande obrigada, pois.
Votos de um bom dia.
Beijinho.

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...


Bom Dia, GL. O pior é que mesmo que não lhe liguemos nenhuma, eles ligam-nas a nós, aí é que está o drama, a tragédia, melhor dizendo. Abraço e um bom fim-de-semana.