sábado, 10 de março de 2012
TER SAUDADES DO QUE NUNCA SE TEVE
Saudades do que nunca se viveu.
Quando ouvi esta frase pela primeira vez, estranhei.
Agora, quase todos os dias me vem ao pensamento.
Como me parece simples o seu entendimento... mas faltou-me viver onde não vivi (esta parece-me ser do Mia Couto) mas eu adopto-a como minha porque é isso que sinto e... como a sinto.
Quando o palco é todo meu e chega a altura do meu monólogo, quando me sento aqui todas as manhãs em frente ao computador, não me assusto com o que vou escrever, mas como tenho tanta coisa para dizer que ainda não disse, sou sempre antipática com os meus pensamentos que se atropelam e, por fim, dou-lhes uma ordem com voz de comando: ORDENEM-SE, EM FILA, PRIORIZEM-SE.
Alguns ficam zangados e não voltam, não gostam de obedecer à memória e retiram-se outros, permanecem e depois de cumprirem as ordens ficam quietinhos a olhar para mim, a seduzirem-me de mil e uma maneiras a ver se podem dar o tal passo em frente e entrarem em cena.
Mas como em tudo, há que fazer escolhas e as escolhas são feitas com escolhos também, mas como nem eu nem eles somos entidades convencionais (há alguma coisa que seja convencional?)
Hoje escolhi a saudade, a saudade de ti, do que não vivi e afirmo como nos meus primeiros tempos de faculdade "A normalidade é um mito". Não, não foi desta maneira. Disse assim ao Prof. Jaime Milheiro: A normapatia (fui eu que inventei o termo, embora alguém, uma qualquer depois diga que foi ela, não se riam porque é verdade, mas isso agora não interessa nada) é que devia constar do DSM, essa é a maior doença e mais grave que conheço. Desde essa altura que passei a ter nome para o professor e ainda hoje quando me vê me trata pelo nome e agora afirmo como tu quando dizias:"Tenho saudades do que nunca se passou".
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1 comentário:
Porque diabo é que o servidor ataca os blogs e os põe normapaticamente com o mesmo fundo, a todos?!
Gostei e gostei muito da foto.. é Douro..
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