segunda-feira, 14 de maio de 2012

VISÕES EGOCÊNTRICAS

Há artistas verdadeiros na Arte de NÃO SABER. São pessoas que decidem não relacionar nada.
Ainda agora no noticiário ouvi  Fernando Leal da Costa, Secretário de Estado do Ministério da Saúde a responder à Antena Um que não consegue perceber como há pessoas a fazerem uma relação entre o aumento das taxas moderadores e o aumento de 15% nas urgências dos Hospitais Privados, em especial, dos beneficiários da ADSE e outros. Só lhe faltou dizer que usava de má fé quem fazia essas correlações. No caso era António Arnaut, antigo M.S. que se referia  a esta questão  nestes termos.
Esta gente que não faz relações de espécie alguma são pessoas demasiado ególatras.
Com este NÃO SABER vale tudo.
Toda a gente que diz que não sabe, não sabem que há pessoas que não têm dinheiro para alimentar os filhos, não sabem que estão aumentar os suicídios e as depressões, não sabem que... e que... e   consideram que fazer relações entre os factos é idiota, estas pessoas não são apenas vassalos, são cobardes, não querem ter chatices de espécie alguma, a não ser numa fila de qualquer porcaria que acham ser a coisa mais importante, como foi duas noites passadas ao relento e, acompanhadas dum discurso sobre a injustiça,  com vista a obterem uma senha para um tolde na praia de Armação de Pêra, entregue pela Junta de Freguesia. Esta gente "acéfala", está por todo o lado.
Está nas programações televisivas e são o reflexo dos grupos económicos e que representam os pontos de vista ideológicos que esses grupos representam, está nas governações, está em todos os postos chave das sociedades. São duma docilidade diligente perante o poder com toda a cumplicidade.
Mentem descaradamente. São subtis quase como os anónimos seus correligionários.
Só lhes interessam as pessoas com importância e aquelas que não deviam ter qualquer tipo de importância,  alcandoram-nas e arrastam-nas para a multidão dos artistas do NÃO SABER. Começam a adquirir esse hábito e não o perdem nunca mais.
Fazem com que tudo prescreva mais depressa.
Às vezes, nós, os Outros,  parece que entramos numa nave dos loucos.
Esses, os artistas do NÃO SABER, têm aspecto de gente normal, atenda-se aos que ficaram duas noites à espera da senha para o tolde (não foi de comida para dar aos filhos esfomeados nem tão pouco jovens que querem namorar e vão compar bilhete para o grupo rock da moda).
Esta democracia está bem definida no entanto por aqueles que nela mandam, que é usar o dinheiro dos outros em benefício próprio ou dos seus e preparar o caminho para as suas gentes os substituírem no poder.
Há pessoas que até parecem pessoas mas não se distinguem de bichos, embora nem sequer saibam que são um bicho entre bichos, sendo bichos diferentes, de verem e saberem o que vêem, de pensarem e saberem que pensam, de estarem vivas ao fim e ao resto.
Há pessoas que são geometrizadas, que se querem em caixinhas, com vidas escrituradas num cemitério, mesmo aquelas que trabalharam no duro e na infelicidade em lugares distantes, mesmo muitas dessas permanecem na sua arte de NÃO SABER, não por vocação  mas simplesmente por Egoísmo e preferem esborrachar os narizes contra os vidros para não atravessarem territórios proibidos, que é do pensar com as suas próprias cabeças e darem uma mão aos outros e não apenas o que não lhes faz falta, mas o que lhes faz falta principalmente.
Acham que desaparecem se um dia isso lhes acontecesse.

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