terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CARNAVAL OU A FORMA COMO SE GOVERNA ESTE PAÍS

É Carnaval ninguém leva a mal, pensou.

Um dia PPC lembrou-se que queria ser Primeiro Ministro e resolve mascarar-se de PM. Corre, corre até que chega à frente do cortejo.
Um dia o PPC resolveu seguir a Merkel porque viu que ela é que tem o dinheiro e é quem manda e resolveu mascarar-se de bom aluno e levar atrás num carrinho com quatro rodas Portugal, o seu brinquedo preferido. Abraçaram-se, sorriu muito e até foi beijado e jurou para sempre: "a partir de agora vou ser amigo dela e ela minha amiga, farei tudo, mas tudo para lhe agradar, quem sabe se posso substituir o francês, sou bem mais bonito". E foi assim que no Carnaval pensou dar um a prendinha à loura e mandou acabar com o tal feriado que nem era feriado. "Trabalhar, trabalhar é que é preciso meninos, deixem-se de pieguices disse". Lembrou-se demasiado tarde da prenda da querida e por isso teve muita dificuldade em comprar o presente nas lojas suas conhecidas. Estes "lojistas" disseram então: temos muito gosto em servi-lo a contento, mas tem que avisar com  tempo, senão não há nada para ninguém.
PPC (Pedro Passos Coelho para os amigos) falava de reputação na campanha eleitoral e com esta falta de jeito ou falta de lembrança, nem no meio dos seus semicírculos acaba. Que esbanjamento de retórica estes políticos usam.
Carregam o ar de sex-appeal e depois, basta-lhes uns meses e esvaziam a alma do povo de todas as esperanças. Mais valia proferirem menos palavras, quantas mais pronunciaram mais os estorvarão. Até os que votaram nele e não são estúpidos vêem, claramente,  a desproporção existente entre as esperanças colocadas nas novas governanças e nos seus resultados exactos.
PPC, Sócrates, Louçã,  Mário Soares, Cavaco Silva e tantos outros carnavalescos, a si podem mentir, mas não podem mentir aos outros.
Admito que o PPC seja corajoso, pois arrisca-se a parecer ingénuo, mas pode doravante atirar para o espaço fumaças sem valor, mesmo algodoando o seu discurso que nem mais os que o apoiam, confiam.
Para o PPC não ser retirado o feriado de Carnaval constituiu-se um grande drama.
Sempre assim foi e será - são considerados os grandes dramas dos pequenos.
Não chega ser apenas um rapaz educado, cheio de gentilezas resolvidas. Para se ser chefe dum governo, mesmo que seja o português, não pode, nem deve ser interrompido assim como o trânsito intestinal, porque as pessoas gostam e precisam de ser figurantes, nem que seja durante duas boas horas.
As privações dos habitantes deste rectângulo já são muitas, não lhes pode tirar mais esta, a tal que como disse o Presidente da Câmara de Torres Vedras, até lhe dava jeito senhor PM, até lhe dava jeito.

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