quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

VIVO NUM PAÍS CASTRADO

"Os patifes ganham a simpatia do público não tanto porque triunfam, mas porque têm uma boa razão para agir; essa razão é a vida mesmo."
Agustina Bessa-Luís em Embaixada  A Calígula, 2009


Para todos estes vermes nós somos paisagem invísivel,  números quando fazem contas à extorsão do nosso dinheiro por impostos ou qualquer outra via.
Não governam, roubam. São uma espécie de comissão liquidatária de país(es).
Não têm uma única ideia de governação, mas são invadidos, povoados por perturbações sérias.
Nunca nas nossas vidas assistimos a tanta maluquice junta em tantos poderosos, fora e dentro do país, mas também há muito morto que julga estar vivo  e nem sequer é poderoso.
Muita gente que nos governa, quer na Europa, quer aqui dentro do rectângulo tem enorme capacidade para as batalhas, refiro-me ao grande gosto manifesto em que as pessoas se revoltem. São uma espécie de incendiários tontos. Por outro lado, são seres incomovíveis, facinorosos, possuidores dum certo instinto de se celebrar a si mesmos. As suas linguagens chegam a causar alucinações.
Com caras de veludo têm punhos de ferro, esmagam os povos. Usam uma língua acrónima, impronunciável provinda dum interesse mútuo que lhes garante um acordo enquanto eleitos (agora elegendo-se uns aos outros).
São selvagens vestidos de roupagens da civilização.
São predadores adaptados a metabolizar diferentes tipos de povos.
São uma espécie de omnívoras democratas. Uns artistas nas artes de dissimulação e fingimento.
E os povos são tolerantes e confiam. O povo português é o mais confiante e tolerante não sei se por ter descoberto a Nª Srª de Fátima ou ter tido um Salazar  de província, bolorento e, depois acham que o tempo, sempre o tempo vai resolver. Quando os loucos poderosos nos aplaudem no seu castelo, podemos ter a certeza de que estamos tão loucos como eles, é um mau presságio.
Povo meu, torna-te réptil e emerge dos teus redutos subterrâneos.
Não há dúvida que estamos a habitar um longo período de fraqueza tolerante.
A Europa que já era velha, agora mais parece um asilo de loucos à moda antiga.

3 comentários:

Miabar disse...

Bom dia! Não li este, hoje. Li o teu castanheiro de Agosto de 2011 :)

E, claro, goooosteiiiiiiiiiiiiiiii

Bons Dias!

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

Em Agosto nem o país nem eu estávamos tão tristes, é verdade.

O mundo mundou muito e continua a mudar, em especial nestes últimos 20 anos. Não há ensaio nenhum que não tenha que levar um novo prefácio, mesmo dos grandes ensaístas como Eduardo Lourenço.
Obrigada pela tua disponibilidade amiga. É sempre um grande prazer aprender contigo e fundamentalmente receber aquele ânimo que te vem de dentro. Bj

Helena disse...

Morram! PIM!

Beijo