quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

COMO O AR QUE RESPIRAMOS

Todos nós sabemos muito pouco, demasiado pouco e ninguém sabe nada de ninguém, mas ainda há gente que julga conhecer tudo de uma pessoa ou de alguma coisa.
Cada um de nós inventa o seu papel e é responsável moral de todas estas corrupções e de todos os crimes a que assistimos.
Parece tudo ter sido dito, não há mais palavras para descrever as situações, no entanto, fica-me a sensação de que tudo está por dizer e por fazer.
Não quero esta Europa, não votei nessa gente.
Eles não nos entendem enquanto povo, não entendem os nossos irmãos gregos. Isto é fácil de dizer e de sentir,  já não é fácil dizer e sentir que os nossos governantes não parecem portugueses e não gostam do seu povo, nem o entendem.
É demasiado triste perceber que estamos a ser governados (estes, os anteriores e os anteriores dos anteriores) por marcianos, não por portugueses, não sentem o mesmo que nós.
Somos vítimas indefesas e tanto nos faz falar, votar, não votar como não.
Não quero viver neste tempo. Quero sair deste tempo apocalíptico.
Acredito em valores que foram postos em causa.
Porque somos assim? Porque o Humano é tão enigmático? Porque somos tão cruéis?
A maioria, consigo próprio. É infeliz das tantas às tantas, escravo de obrigações, depois das tantas às tantas, come e dorme e vai adiando a felicidade.
Para viver é preciso morrer todos os dias e para viver, quase morremos.
É preciso toda a coragem do mundo para envelhecer, para assistir a este povo moribundo, ao tsunami da corrupção.
Para viver é preciso continuarmos a iludir-nos, é absolutamente necessário, tão necessário como o ar que respiramos.
Sonhei com Filipe II de Espanha e I de Portugal? Foi acordada que sonhei com ele?
Deve ter sido a última notícia a que assisti no noticiário que me induziu esse sonho. E a última notícia foi sobre a REN (Rede Eléctrica Nacional) e a divisão da empresa pelos chineses (25%) e Árabes(15%) efectuada pelos nossos iluminados governantes.
E vi Filipe II a conquistar-nos, a receber-nos gratuitamente e de bandeja.
Sonhei, acordei e voltei a sonhar? Era um terror nocturno e gritei: "Tirem-me deste filme" e acordei definitivamente, e mais 10 milhões estavam comigo, em cima dum rectângulo, parecia mais uma jangada (lembrei-me do Saramago) mas entretanto ouvi uns tantos a discursarem, a descerrarem lápides e só não percebi se estavam a falar de futebol ou com um desprezo monumental falavam da RES(PUBLICA).

Acordei e aqui estou pronta a começar o dia para a nova ilusão, porque são elas que nos alimentam e nos fazem viver.

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