segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ESPELHOS SOCIAIS ou blogs, murais facebookianos & sem vergonhices, Ldª

Há pessoas, sempre houve, que escavam palavras e textos e que até os coleccionam. Outras há que não dão qualquer importância a marcar o seu território e a protegê-lo.
Soltam-se dos parêntesis em que estiveram fechadas mas apenas, porque se submetem à técnica sempre velha de copiar. Copiam tudo, roubam tudo, engolem tudo.
Dirigem-se sorrateiramente a blogs desconhecidos e de lá retiram não só as ideias, mas também palavras, frases e começam a "encarnar o espírito" de outros blogs, às vezes com um novo chapéu ou uns novos sapatos apenas. Por isso se caminharmos por essa blogosfera adiante assistimos a fingimentos vários  e a macaquices sucessivas, algumas perpetradas por "jornalistas e críticos disto e daquilo". Copiam, copiam-se e "tornam-se verdade".
A técnica de colagem está na moda neste "mundinho" e cada qual monta o seu espectáculo e inicia o seu "patchwork". Há gente que mata a solidão de não estar o seu nome na(s) rede(s) através destes trabalhinhos de embutidos, cose aqui, remenda acolá.
Conforme há o chá das 5 ou das 6 para os(as) mais conservadores(as), também há o encontro na escrita e na ideia e, se forem tomar ao outro dia outro chãzinho com outras pessoas, já repetem aquela ideia que não é dela mas da outra (o), às vezes sem qualquer maldade, nem consciência têm que assim é.
Misturam as escritas e as ideias, os chãs e as pessoas.
É sabido e consabido que as  mesmas necessidades produzem ideias  semelhantes em pessoas e locais diferentes,  mas do que falo e que vou assistindo aqui na blogosfera é uma coisinha bem diferente: é pessoas sem ideias irem roubá-las a quem as tem, mais ou menos como o furto do fio de cobre e dos metais, pois nesta história também há os receptadores.
Sempre assim foi e será, até nos grandes escritores, nas teses de doutoramento, em tudo existe a grande figura do plágio.
Há o exemplo do nosso primeiro Código Penal publicado depois do 25 de Abril , com prefácio de Eduardo Correia e que segundo se consta ficou engavetado cerca de duas décadas não podendo ver a luz do dia e, o Código Penal Alemão que foi publicado anos antes e que dizem  ter sido plagiado pelo nosso (só que depois ninguém sabe quem plagiou quem).
Num olhar positivo sobre este fenómeno tão simples de copianço descarado, vejo que se estabelece uma corrente e esta corrente eventualmente fornece uma esperança, em todos estes temas, quase sempre iguais neste espaço português.
Ter ideias é desgastante. Expô-las sem ter a certeza que outros as aceitam ou terem sido validades por alguma voz, nem de que bacoca se trate no estrangeiro, é assustador duma forma geral, então porque não as "roubar", colocar-lhes outros adereços e levá-las à Rua a passear nem que seja com trelinha?
Afinal a reciclagem está na ordem do dia, não é assim?
Em tudo o que disse não está incluído, como é óbvio, o facto de todos nós incorporarmos ideias dos outros quando concordamos com elas e tudo o que é publicado deixar de ser nosso exclusivamente, que fique bem claro como é evidente, ou ainda o ir buscar ideias aos grandes escritores e trabalhar sobre elas como faz e diz que faz Enrique Vila-Matas.
Como é evidente, este tema não me tinha surgido hoje (porque tudo o que aqui verto é escrito e pensado naquele momento e não em outro) se não  tivesse verificado que em alguns blogs mais conhecidos, dos tais que têm muitas visitas diárias e até vão à rádio dizer quem são, ver plasmadas ideias minhas, aquelas que eu sei que não tinha visto em lado nenhum, que são única e exclusivamente minhas filhas, como se de repente toda a gente visse o mesmo que eu vi e sentisse a mesma necessidade.
Desde sempre achei que faço parte da maioria, às vezes não muito bem expressa estatisticamente e, o que  sinto, penso ou digo muitas outras pessoas sentem pensam e dizem, mas não sei porquê, aqui é muito claro, é tão claro que apenas a data, às vezes (um dia depois ou dois dias ou mesmo três e até mais) distanciam os pensamentos dos outros dos meus que sei que eram, efectivamente meus e de mais ninguém.
Claro que isto das ideias e do pensamento, como já disse mas repito e esta agora toda a gente sabe mesmo, é assim, a bem dizer, como que de frutos na árvore se tratasse. Uma árvore tem vários frutos maduros ao mesmo tempo. Uns são colhidos outros ficam lá e quem os come são as avezitas ou então outra que toda a gente sabe, mas eu também, é que tal como o capital não tem fronteiras, também o pensamento não tem sangue.
Houve a época das aspas, lembram-se? Por tudo e por nada vinham as aspas, lá estavam as aspas. Agora estamos na época das não aspas e das não referências, "é tudo nosso".
Mas sendo a blogosfera uma célula social, obviamente que teria que nela se plasmar o que se passa na sociedade em geral, toda a gente a copiar toda a gente, a originalidade foi abandonada, o que é necessário é seguir a moda e ai de quem não a seguir é apenas um espírito conflituoso e irritante, aqui ou noutro sítio qualquer.
IDEIAS COPIEM-SE E COMO DIZ O OUTRO: É MELHOR COPIAR O BOM DO QUE FAZER ALGO QUE NÃO PRESTE.
E DEPOIS QUEM NÃO COPIOU UM DIA ALGUMA COISA? VÁ ATIREM A PRIMEIRA PEDRA.

não gosto de finais moralistas, pronto

2 comentários:

Helena disse...

Gosto das obras que fizeste nesta casa. Ficou bem bonita.

Quanto à matéria deste teu post, terei que reconhecer que isso do toca, copia e segue é uma característica triste e pobre das redes sociais, nomeadamente do Fb, onde partilhar sem mais, sem nada acrescentar, apenas postar, até parece ser o comportamento mais dentro da norma. Aqui, na blogosfera, não tenho tanto essa noção. Provavelmente porque só leio meia dúzia de blogs, de que gosto francamente, ou que acho informativos, ou que são de pessoas de quem gosto e neles verifico normalmente a indicação das fontes.
Mas também já dei por copianços do estilo que uso, o que, francamente, considero bom gosto.
Estou a aligeirar, claro!

Beijos já pouco matinais.

lua vagabunda disse...

dhehehehehehehe
e eu apetece-me mesmo "pegar" neste teu texto e colocá-lo em todo o lado... com os devidos créditos, evidente!
Posso?