sábado, 25 de fevereiro de 2012

VIVER - A MAIOR ARTE LITERÁRIA

A ARTE É A VIDA

Foi o que retive de um dia de Correntes d' Escritas.
Ontem havia alguém que se perguntava como é que o Auditório se mantinha repleto desde há 13 anos, mesmo com a sociedade conforme se encontra.
Eu respondo daqui:
Porque a arte, a literatura e a poesia neste caso, libertam-nos de toda a sordidez.
Iludimo-nos, seduzimo-nos com a literatura e por momentos e como por magia, iludimo-nos que não somos.

A ARTE LIBERTA-NOS

Há pessoas, milhares, milhões por esse mundo fora que têm as suas vidas paradas, que sofrem horrores, que não têm nada, nem comida para comer. Essas pessoas que inventam todos os dias viver, que confiam, que não é mais que ter fé, no dia de amanhã, produzem arte todos os dias, todos os dias acreditam que vão ter futuro.
A arte que mais admiro no momento, é sem dúvida essa arte superior que é viver.
Muitos jovens e famílias inteiras em depressão e nós ali nas Correntes e pergunto-me: PORQUÊ? PARA QUÊ?
Como local catártico sim. Numa libertação da realidade, do mundo finito em que nos encontramos, porque a literatura é um espaço onde se pode dizer tudo e viver tudo. A literatura é uma realidade que nos liberta deste sonho mau que vivemos. A literatura tira-nos as algemas que nos colocaram quando nos meteram, a todos ou quase todos, nesta cela grande.
Ir às Correntes será praticar um desporto radical, pergunto-me.
Acho que estando lá, sentimos os eflúvios da felicidade, porque vivemos e a vida dá-nos vertigens, "c'est vrai et c'est pas vrai" como se o espectáculo da vida se passasse em dois planos distintos.

1 comentário:

lua vagabunda disse...

Acho que a tua anterior crónica "Como o ar que respiramos" já é uma boa resposta para isto...

Jinho e bom fim de semana