terça-feira, 3 de abril de 2012

HISTÓRIA DE PORTUCÁLIA


UMA HISTÓRIA DE PORTUGAL NO FEMININO

De Manuel Dias Duarte
                                             
                                           Apontamentos


IDADE MÉDIA - fundadoras de Mosteiros, literatas, compositoras, beneméritas, castelãs defendendo pelas armas os seus castelos, acompanhando os maridos.


IDADE MODERNA- cientistas, filósofas, mecenas patrocinando tertúlias e salões, tradutoras, pintoras, actrizes, revolucionárias liberais e societárias, camponesas, artesãs, vendedoras, etc.

IDADE CONTEMPORÂNEA - jornalistas, juízas, advogadas, políticas, administradoras, pilotando aviões, comandando navios mercantes, astronautas, etc.


. Fernão Lopes - não gostava de D. Leonor Teles, mas admirava D. Filipa de Lencastre (que era quem lhe pagava).

. Portucália deve a sua independência à firmeza de estrangeiras que na sua terra natal nunca passariam de duquesas ou condessas.

. Das 37 rainhas que nos governaram, 18 nasceram em Castela ou nos territórios por ela ocupados.

 DESDE D.MAFALDA ATÉ D. MANUEL II

- 2 galegas; 2 italianas; 1 germano-italiana; 3 aragonesas; 12 castelhanas; 1 basca; 1 bolonhesa; 1 inglesa; 1 flamenga; 2 francesas; 3 alemãs; 1 austríaca e apenas 7 portucalesas, das quais 5 por casamento.

. D. LUÍSA DE GUSMÃO -resumiu bem o estado de espírito  de todas elas quando afirmou que preferia ser rainha uma hora do que duquesa toda a vida.
D. Luísa de Gusmão quis prender o filho D. Afonso, depois de ele a ter prendido e assim Portucália se restaurou.

. D.PEDRO E D. MIGUEL, filhos de D. Carlota Joaquina, irmãos numa luta fratricida - princípios dos anos 30 (séc.XIX).

. O importante é que as mulheres regressem do Hades à superfície e renasçam como Perséfona, mas definitivamente. Não confiando em nenhum Orfeu por mais bem intencionado que se apresente, não vá acontecer o mesmo que aconteceu a Eurídice.

RECUANDO:

. A MULHER NA SOCIEDADE CELTA, desfrutava de um estatuto muitas vezes superior ao do homem. Eram as raparigas que procuravam espias para os seus irmãos e eram os homens que levavam o dote para o casamento. De acordo com Salústio, as próprias raparigas é que escolhiam os noivos.

. MULHERES ROMANAS- As mulheres dos romanos habituadas aos banhos termais, aos teatros, aos anfiteatros e aos circos, a uma vida de requinte e de conforto.

. MÃES ILUSTRES HISPÂNICAS- dos imperadores Trajano e Adriano, do filósofo Séneca, etc.

. LABERIA GALA ( séc. II), romano-lusitana, nascida provavelmente em Évora, foi sacerdotisa em Évora. Ser sacerdotisa era hoje um quadro superior da administração pública e de alguma "repartição" ligada à cultura e à "previdência social".

. A PARTIR DO SÉC. III -  a economia escravista entra em profunda crise.
A invenção do moinho de vento, substituindo o trabalho escravo, acelera a ruptura.
Torna-se mais rentável para os senhores, libertar os escravos e trnsformá-los em servos ou em colonos.
Por seu lado, estes aceitam continuar a trabalhar nas mesmas propriedades ds senhores das vilas, assim se transformando paulatinamente em servos da gleba.

.GUERRAS DE FUNDALIZAÇÃO - que aconteceram entre este povos hispano-romanos e germânicos, levaram à unificação, no reinado de Godiswinda (nascida cerca de 530 e que casou com 15 anos com o visigodo Atanagildo), de toda a Península, incluindo os suevos e os bizantinos que não fugiram sob o domínio político-administrativo e militar dos visigodos.

. FREDEGUNDA, GODISWINDA, BRUNEHILDE - 3 mulheres que dominaram nesta altura.
Godiswinda teve como genro Chilperico que estrangulou a mulher.

NOMES DA ÉPOCA:
. Caiberto; Sigeberto; Frância; Gontrão; Pulquéria; Elia Verina; Amalasunta (princesa ostrogoda); Hermenegildo; Clodosinda; Ingundis; Andovera; Meroveo.

. No direito visigótico, a  viúva podia transmitir a legitimidade  do poder do defunto ao marido seguinte.

.CIVILITAS = convivência pacífica entre visigodos e hispano romanos.

.CRÓNICAS MUÇULMANAS - dão Roderico, visigodo  (que deu Rodrigo) como vencido em Guadalete e os muçulmanos avançaram até Toledo que tomaram em 711.
A população refugiou-se em Viseu quando Roderico morreu. Em 714, toda a Lusitânia é conquistada e os Mouros avançam até Viseu, Portucale, Braga, Tui e Lugo.
Eurico, um gardingo (nobre entre os visigodos) encontra na corte de Toledo, acompanhando o pai em missão diplomática, encanta-se com a formosura da moça (Hermengarda, anos setecentos e tal).
Desgostoso e completamente apaixonado, diz a lenda que Eurico renuncia à vida terrena, torna-se presbítero e isola-se em Carteia, perto de Calpe, actual Gibraltar.

. RECONQUISTA

Em 711, os muçulmanos, comandados por Tarique, unidos aos visigodos de Ceuta, chefiados pelo conde Julião, invadem a Hispânia, os cristãos são derrotados junto às margens do Rio Crissus. Pelágio à frente da sua tribo recua para as Astúrias para daí melhor reorganizar a contra-ofensiva ou Reconquista.
Entretanto Hermengarda é feita prisioneira quando o emir Abdulazis, cerca e invade o Mosteiro onde a jovem se refugiara.
Eurico disfarçado de cavaleiro negro, à frente de 10 visigodos, invade  o acampamento e salva Hermengarda. Ao reconhecer o seu salvador, Hermengarda quer casar com ele, mas já ele é sacerdote. Ele enlouquece de desgosto.
Na batalha de Auseba, Eurico desaparece no meio dos inimigos, saindo de cena como compete a todo o herói.
Pelaio (Pelágio), ano de 722, avança até Covadonga, conseguindo fazer recuar os muçulmanos e fixa-se em Cangas de Onis, a primeira capital do Reino.
Sua filha, casada com D. Afonso I, o Católico,  duque de Cantrábia (739 - 757) alarga o território até o Douro, libertando toda a Galiza e o que será mais tarde o Condado Portucalense.

. AFONSO III (791-842)  muda a capital de Cangas de Onis para Oviedo.

. RAMIRO I (842-850) e AFONSO III (866-909) aproveitam para fazer uma reforma agrária feudalizante. Leão é a capital do Reino asturo-lionês.

. CONDE VÍMARA PERES - administrador de Portucale.

. MUMADONA DIAS casa com Hermenegildo ou Mendo Gonçalves. Enviuvou e chama a si a governação de Guimarães e respectivos domínios que se estendiam desde a Galiza até Coimbra e desde o mar até ao Tâmega.

.CONDESSAS - do alto das suas torres de menagem

.ABADESSAS - interior dos seus  mosteiros.

.CASTELÃS- algumas cunhavam moeda e declaravam a guerra privada.

. ABADIAS = residências dos monges e das monjas. As maiores em Portugal foram: Arouca, Lorvão e Alcobaça.

. SÉC. XIV - arcebispos, bispos e abades eram cargos equivalentes aos de duque, barão e conde.

. SÉC. XIX - desenvolvimento do capitalismo. Os mosteiros perderão definitivamente o seu carácter económico e político.
As nobres não estão sujeitas ao homem em nada contra a sua vontade.

   








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