quinta-feira, 5 de abril de 2012

OBSERVANDO O VAZIO

Por muito que nos mostrem, apenas observamos o vazio. Olhamos mas não vemos nada.
Há muita dor no ambiente, dor em excesso que termina com a frágil imaginação.
Claro que não vemos todos o mesmo, embora a todos por igual este sistema nos pode os excessos de amor e ódio, continua a haver uma diferença entre os que continuam combatentes duma guerra (não) declarada e os que não.
Para tentar compreender aquilo que os outros vêem daquilo que eu e outros como eu veêm, recorro frequentes vezes à História, vou aos Iberos se necessário se tornar.
Gilles Lipovetsky na "Era do Vazio" dizia que "A declaração de um ministro não vale mais que o folhetim" dizia também que reinando este clima de apatia e indiferença, "como compreender a acção dos partidos, dos sindicatos, da informação, que, ao que parece, não param de combater a apatia, sensibilizando, mobilizando, informando a todos os ventos".
G.L diz que não há contradição que o funcionamento do sistema "exige a indiferença" e a promove, pois "quanto mais os políticos se explicam e exibem na televisão, mais toda a gente se está marimbando. Indiferença por saturação, informação e isolamento".
Mas quando vou à História também encontro gente ávida de futuro, devoradoradores de vazios, naquela tensão no que todos vêem e só alguns vêem, que me revigora, que me desafia e que me diz que o vazio só existe quando o olhar não o vê e há muita, mas muita gente a encontrar-se, como num quadro de Rotko, e a ver pela pura imaginação.
É nesta caminhada que introduzo novos elementos na realidade e lavram de novo os sonhos. 

Sem comentários: